Zelensky se reúne com Starmer em Londres antes de cúpula Trump-Putin sobre futuro da guerra na Ucrânia

Zelensky se reúne com Starmer em Londres antes de cúpula Trump-Putin sobre futuro da guerra na Ucrânia

Quem: O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky foi recebido pelo primeiro-ministro britânico, Sir Keir Starmer, na residência oficial em Downing Street.

O quê: A reunião privada ocorreu a menos de 24 horas de um encontro decisivo entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma base militar no Alasca, onde o futuro do conflito na Ucrânia estará na pauta.

Quando e onde: Zelensky chegou a Londres na tarde de quinta-feira, caminhou pelo jardim de rosas de Downing Street ao lado de Starmer e entrou no Número 10 para conversas reservadas. Nenhum dos dois falou à imprensa que aguardava no local.

Contexto imediato: O governo britânico considera existir “chance viável” de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, porém insiste que a integridade territorial ucraniana deve ser preservada e que fronteiras internacionais não podem ser alteradas pela força. O premiê também destacou que qualquer trégua duradoura precisará de garantias de segurança, tema que tem sido discutido com parceiros europeus e norte-americanos.

Coordenação europeia: Na véspera, Zelensky, Starmer e outros líderes do continente participaram de uma videoconferência com Trump para reiterar a posição comum antes da cúpula no Alasca. Países envolvidos formam uma “coalizão de dispostos” que promete apoio militar contínuo — inclusive eventual presença de tropas — para dissuadir novas violações caso um acordo de paz seja firmado. Segundo Starmer, planos militares detalhados e medidas econômicas adicionais, como sanções ampliadas, estão prontos para ser acionados conforme a necessidade.

Postura dos Estados Unidos: Trump, que pretende usar o encontro de sexta-feira para “descobrir onde estamos e o que fazer”, sinalizou que pode organizar uma segunda reunião, desta vez tripartite, com participação de Zelensky, caso as partes concordem. Ele advertiu Putin sobre “consequências muito severas” se não houver avanço para encerrar a guerra. Na semana anterior, porém, o presidente norte-americano mencionou publicamente a possibilidade de “troca de territórios para benefício de ambos os lados”, o que gerou preocupação entre aliados de que Kiev tenha de ceder áreas ocupadas.

Demandas em disputa: Moscou busca manter o controle das regiões conquistadas desde 2014, incluindo a Crimeia, além de garantias de que a Ucrânia não ingressará na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e imporá limites ao tamanho de suas forças armadas. Kiev rejeita qualquer cessão territorial e considera inadmissível renunciar à soberania plena.

A voz de especialistas: Sir Alex Younger, diretor do serviço de inteligência externa britânico entre 2014 e 2020, afirmou que Trump “é o único capaz de solucionar” o impasse, mas alertou que Putin “está tentando manipulá-lo”. Para Younger, o cerne da disputa não é apenas território, mas a existência soberana da Ucrânia.

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Imagem: bbc.com

Envolvimento do vice-presidente dos EUA: O vice-presidente americano, JD Vance, em férias no Reino Unido, participou da ligação coletiva de quarta-feira e, à noite, discursou a militares dos EUA na base de RAF Fairford, em Gloucestershire. Vance destacou a “aliança histórica” com o Reino Unido e afirmou que a missão do governo norte-americano é “restabelecer a paz na Europa”.

Calendário da cúpula: O Kremlin já confirmou que Putin e Trump concederão entrevista conjunta ao final das negociações de sexta-feira. Líderes europeus não participarão presencialmente do encontro, mas acompanharão os desdobramentos à distância.

Posição de Zelensky: De Berlim, onde se encontrou com o chanceler alemão Friedrich Merz antes de viajar a Londres, o presidente ucraniano declarou que os Estados Unidos seguirão apoiando Kiev e acusou Moscou de não desejar a paz. “Putin não pode nos enganar”, disse durante a conferência virtual.

O que está em jogo: Após três anos de combate intenso, o conflito registra milhares de mortos, deslocamentos em massa e infraestrutura devastada no leste e no sul da Ucrânia. A eventual reunião entre Trump e Putin representa a primeira tentativa direta de mediação de alto nível desde o início da guerra. A participação de Zelensky em Londres e as conversas com líderes europeus visam alinhar uma frente comum para evitar que qualquer acordo comprometa princípios de soberania ou obrigue Kiev a concessões territoriais.

Próximos passos: Caso surjam sinais de compromisso no Alasca, a “coalizão de dispostos” pretende apresentar garantias militares e econômicas que sustentem um cessar-fogo duradouro. Se não houver entendimento, os países prometem ampliar a pressão sobre Moscou por meio de novas sanções e aumento da assistência militar à Ucrânia.

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