Yago Dora bate Colapinto em Fiji e conquista o seu primeiro título mundial de surf
O brasileiro Yago Dora, de 27 anos, tornou-se campeão mundial da World Surf League (WSL) ao superar o norte-americano Griffin Colapinto na final disputada em Cloudbreak, Fiji. A vitória confirmou a liderança que o atleta já detinha no ranking, coroando a época mais consistente da sua carreira.
Percurso até à decisão
Nascido em Curitiba e criado em Florianópolis, Yago Dora iniciou-se no surf aos 11 anos, depois de ter alimentado o sonho de jogar futebol. O incentivo veio do pai, Leandro Dora, seu primeiro treinador e também responsável por orientar nomes como Jack Robinson. Nos últimos anos, o surfista passou a trabalhar com Leandro da Silva, mantendo o pai no papel de adepto.
A estreia na elite mundial aconteceu em 2017, como convidado na etapa de Saquarema, onde eliminou figuras como Gabriel Medina, John John Florence e Mick Fanning, alcançando as meias-finais. Desde 2018, integra o Championship Tour a tempo inteiro.
A temporada de 2025 foi marcada por resultados consecutivos. Em março, venceu o MEO Rip Curl Pro Portugal, em Supertubos, Peniche, batendo Italo Ferreira numa final integralmente brasileira. Três meses depois, conquistou a etapa de Trestles, Califórnia, frente ao japonês Kanoa Igarashi, somando 17,90 pontos e obtendo a melhor marca masculina do evento.
Com duas vitórias e presenças regulares nas fases finais, Dora assumiu a licra amarela antes da viagem para Fiji. Em Cloudbreak, aproveitou o conhecimento das ondas de recife, aplicou manobras aéreas de alto grau de dificuldade e fechou a pontuação total em 15,66, valor que Colapinto não conseguiu igualar.
Impacto para o surf brasileiro
O título de Yago Dora representa a oitava conquista de um brasileiro nas 11 edições do formato WSL Finals. O atleta junta-se a Gabriel Medina, Adriano de Souza, Filipe Toledo e Italo Ferreira no restrito grupo de campeões mundiais do país.
Conhecido pelo estilo técnico e arrojado, Dora reforça a presença do Brasil no topo da modalidade, fenómeno popularizado como “Brazilian Storm”. A consistência demonstrada ao longo do ano e a vitória frente a rivais de referência internacional consolidam-no como uma das figuras centrais da próxima geração.

Imagem: Internet
Além do impacto desportivo, o resultado pode impulsionar a visibilidade comercial e mediática do circuito, sobretudo em mercados onde o surf cresce em popularidade. A performance sólida em Peniche contribuiu para manter Portugal como paragem obrigatória no calendário, enquanto o sucesso em Cloudbreak reforça o estatuto da prova fijiana como palco de decisões.
Próximos passos
Com o troféu garantido, Yago Dora deverá concentrar-se na defesa do título em 2026 e na preparação para possíveis compromissos internacionais, incluindo eventos olímpicos caso obtenha qualificação. A continuidade do trabalho com o treinador Leandro da Silva e o apoio técnico do pai permanecem como pilares da sua estrutura competitiva.
A WSL, por sua vez, já projeta ajustes ao calendário do Championship Tour, devendo manter Cloudbreak como etapa decisiva depois do sucesso da edição de 2025. O nível exibido por Dora e Colapinto, aliado à diversidade de campeões recentes, sustenta a expectativa de uma temporada seguinte renhida.
Ao conquistar o primeiro título mundial, Yago Dora confirma as previsões de quem o apontava como um dos talentos mais promissores do surf brasileiro. A jornada que começou nas praias de Florianópolis culmina agora num lugar de destaque na história da modalidade.