Vuelta a España: etapa final é cancelada por protestos
Vuelta a España encerrou-se abruptamente neste domingo (21) depois que manifestações pró-Palestina bloquearam trechos do circuito montado no centro de Madri, levando a organização a cancelar a etapa decisiva.
Manifestantes derrubaram grades de contenção e ocuparam vias emblemáticas, como a Gran Vía, por onde o pelotão deveria passar diversas vezes. Mesmo com o reforço de mais de mil agentes de segurança, os protestos se espalharam pela área, tornando inviável a continuidade da competição.
Vuelta a España: etapa final é cancelada por protestos
Com o percurso interrompido, o dinamarquês Jonas Vingegaard, que liderava a classificação geral, foi confirmado campeão da 79ª edição da prova. O português João Almeida, da UAE Team Emirates-XRG, ficou em segundo, enquanto o britânico Tom Pidcock, da Q36.5 Pro Cycling, completou o pódio.
Segundo a BBC, os organizadores já haviam encurtado o trajeto final de 111,6 km para 103,6 km, antecipando possíveis interrupções. Mesmo assim, a etapa acabou abandonada depois que manifestantes arremessaram garrafas de água e outros objetos contra policiais.
Ao todo, dez ciclistas encerraram a competição dentro dos doze primeiros minutos do líder. Entre eles, destacam-se o australiano Jai Hindley, quarto colocado, e o norte-americano Matthew Riccitello, que terminou em quinto pela Israel-Premier Tech, equipe alvo de protestos ao longo da Vuelta. Em etapas anteriores, interrupções semelhantes provocaram quedas e levaram corredores a expressar preocupações com a segurança.
A tensão ganhou contornos políticos. Antes da largada prevista, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez elogiou a mobilização em defesa da Palestina, enquanto o prefeito de Madri, José Luis Martínez-Almeida, atribuiu a ele responsabilidade pelos distúrbios: “Hoje é o dia mais triste desde que me tornei prefeito”, declarou.

Imagem: Internet
O conflito no Oriente Médio serve de pano de fundo para as manifestações. Israel lançou ofensiva militar em Gaza após o ataque do Hamas, em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.200 mortos e 251 reféns; desde então, o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, relata mais de 64 mil vítimas fatais em Gaza.
Sem condições de garantir a segurança, a organização confirmou: “A corrida foi oficialmente encerrada e Jonas Vingegaard é o vencedor.” Ainda não há definição sobre a realização da cerimônia de premiação, pois milhares de manifestantes permaneciam nas ruas no momento do anúncio.
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Crédito da imagem: Getty Images