Veganos de IA: rejeição à tecnologia ganha força
Veganos de IA: rejeição à tecnologia ganha força
Veganos de IA: rejeição à tecnologia ganha força é a expressão que define o grupo de usuários que, pelos mesmos princípios de quem exclui produtos de origem animal, evita qualquer contato com algoritmos de inteligência artificial (IA). Pesquisas recentes indicam que ética, impacto ambiental e bem-estar mental comandam esse afastamento.
Veganos de IA: rejeição à tecnologia ganha força
Um estudo apresentado na International Conference on System Sciences, conduzido pelas universidades da Geórgia e Brigham Young, entrevistou 550 pessoas já familiarizadas com IA generativa. Mesmo conhecendo a ferramenta, muitas delas declararam ter abandonado o uso por motivos que ecoam o veganismo tradicional: desconforto ético, preocupações ambientais e proteção da saúde.
No campo ético, os participantes apontam a utilização de conteúdo sem autorização dos criadores como fator decisivo para o rompimento. A pesquisadora KPMG reforça a tendência: 54% da população mundial não confia completamente na IA, segundo levantamento feito com 48 mil pessoas em 47 países (fonte: KPMG).
O meio ambiente é outro elo entre veganos de IA e veganos tradicionais. Se, de um lado, o gado intensivo pressiona recursos naturais, de outro, data centers de alta potência consomem volumes crescentes de energia e água, aumentando a pegada de carbono digital.
Quanto ao bem-estar, estudos que associam uso intenso de IA a estresse e perda de conexão humana alimentam o receio. “Assim como o veganismo, a motivação dessas pessoas não some com o tempo”, afirma David Joyner, da Georgia Tech, em artigo para The Conversation.
No Brasil, porém, o cenário é diferente. Dados da OpenAI apontam o país como o terceiro maior usuário do ChatGPT, com cerca de 140 milhões de mensagens diárias. Para Ricardo Santana, líder de IA da KPMG Brasil, a visão positiva resulta da percepção de ganho de produtividade e da ausência de demissões em massa causadas pela tecnologia. Ele alerta, no entanto, que a chegada da robótica pode acender um futuro movimento anti-IA.

Imagem: Internet
A advogada Gisele Truzzi acrescenta que “demonizar ou santificar a inteligência artificial é inútil; o essencial é estabelecer parâmetros seguros”. Já o doutorando Benjamin Richardson lembra que, na era dos algoritmos onipresentes, manter uma vida 100% livre de IA é quase impossível.
Enquanto as empresas correm para integrar modelos generativos a produtos e serviços, compreender a lógica dos “veganos de IA” torna-se estratégico para mitigar riscos de rejeição e aprimorar políticas de transparência.
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Crédito da imagem: NeoFeed