Vacinação infantil em queda: fake news agrava cenário
Vacinação infantil em queda: fake news agrava cenário
Vacinação infantil no Brasil vive o pior momento em décadas, com 229 mil crianças sem imunização em 2024, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Vacinação infantil em queda: fake news agrava cenário
Dados da OMS indicam que o número de crianças brasileiras não vacinadas cresceu 126 mil em relação a 2023. O levantamento do Unicef, divulgado pela Folha de S. Paulo, recoloca o país entre os 20 com maior população infantil desprotegida no mundo.
Entre as principais causas apontadas por especialistas estão a expansão do movimento antivacina, a disseminação de informações falsas nas redes sociais e a falsa impressão de que doenças como sarampo e poliomielite foram erradicadas. Em 2024, o primeiro caso de poliomielite em 34 anos foi registrado em uma criança de três anos sem esquema vacinal completo.
O médico infectologista Fernando Bellissimo Rodrigues, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, alerta que a desinformação visa lucro e não apenas desacreditar imunizantes. Para ele, o Ministério da Saúde precisa lançar campanhas específicas de combate às fake news e ampliar a atenção primária, com mais agentes comunitários verificando carteiras de vacinação casa a casa.
A cobertura vacinal, que alcançava 97% em 2015, caiu para 75% em 2020, segundo o Ministério da Saúde. A pediatra Jorgete Maria e Silva, do Hospital das Clínicas da mesma universidade, lembra que a queda coincidiu com a redução de casos de doenças evitáveis, o que reforçou a percepção de baixo risco e facilitou o avanço do discurso antivacina.
Embora o Programa Nacional de Imunizações (PNI) tenha infraestrutura para atender todas as crianças, especialistas defendem maior presença institucional nos meios de comunicação. Campanhas educativas e esclarecedoras são consideradas essenciais para recuperar a confiança da população.
Imagem: Peter Hansen
Em nível global, a OMS calcula que 14,3 milhões de crianças deixaram de receber qualquer dose de vacina em 2024, acentuando o alerta para surtos de enfermidades imunopreveníveis. A entidade reúne recomendações atualizadas sobre imunização em seu portal oficial; confira em Organização Mundial da Saúde.
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Crédito da imagem: Peter Hansen/iStock
