Trump remove Lisa Cook do Fed e gera impasse jurídico
Trump remove Lisa Cook do Fed e gera impasse jurídico
Trump remove Lisa Cook do Fed e gera impasse jurídico. A decisão inédita do presidente norte-americano de afastar a governadora do Federal Reserve desencadeou uma disputa legal imediata e elevou a tensão sobre a independência do banco central.
Trump remove Lisa Cook do Fed e gera impasse jurídico
O advogado de Lisa Cook, Abbe David Lowell, afirmou que o presidente “não tem autoridade” para demitir membros do Conselho do Federal Reserve, que possuem mandatos fixos e só podem ser afastados “por justa causa”, conforme a Lei do Federal Reserve. Lowell adiantou que apresentará uma ação para reverter o ato presidencial.
Donald Trump justificou a medida alegando haver “motivos suficientes” para crer que Cook prestou declarações falsas em pedidos de hipoteca. Ele citou supostos documentos assinados em 2019, nos quais a economista teria declarado residências principais diferentes em curto intervalo de tempo.
Em nota, o Federal Reserve enfatizou que a proteção contra demissões arbitrárias é “vital para garantir que decisões monetárias sejam baseadas em dados e no interesse de longo prazo do povo americano”. O banco central acrescentou que acatará a determinação judicial quando houver sentença.
Analistas temem que a tentativa de remoção abale a credibilidade da instituição. Na terça-feira, títulos públicos de longo prazo dos EUA recuaram, indicando percepção de maior risco entre investidores. Segundo levantamento da agência Reuters, o rendimento dos Treasuries de 10 anos subiu após o anúncio, enquanto o dólar oscilou frente às principais moedas.
Cook, primeira mulher negra a integrar o conselho, foi indicada em 2022 pelo então presidente Joe Biden e votou recentemente pela manutenção dos juros. Em comunicado, disse que “não renunciará” e continuará “trabalhando pelo desempenho da economia americana”.

Imagem: Internet
Especialistas apontam que, se consumada, a demissão abriria espaço para Trump nomear um substituto alinhado à sua pressão por cortes mais agressivos nos juros. O episódio reacende o debate sobre até que ponto a política monetária deve ficar blindada de influências políticas diretas.
Com a judicialização, o caso tende a prolongar-se, mantendo mercados e autoridades em alerta para possíveis impactos sobre custos de financiamento globais.
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Crédito da imagem: BBC News