Trump e Putin se encontram nesta sexta-feira no Alasca para discutir guerra na Ucrânia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reúnem-se nesta sexta-feira (data local) em Anchorage, no estado do Alasca, para tentar avançar em uma solução para a guerra na Ucrânia.
O que Putin busca
Reconhecimento internacional é a primeira conquista já obtida pelo líder russo, segundo analistas do Kremlin. O simples fato de o encontro ocorrer sinaliza, para Moscou, o fracasso das tentativas ocidentais de isolar Putin. A conferência de imprensa conjunta anunciada por autoridades russas reforça essa percepção.
O local escolhido também favorece o Kremlin. Anchorage fica a aproximadamente 90 km da região russa de Chukotka, eliminando escalas sobre “nações hostis” e simbolizando a proximidade histórica — o território do atual Alasca pertenceu ao Império Russo até 1867. Além disso, a distância de quase 7.500 km de Kyiv ajuda Moscou a manter a Ucrânia fora do centro das negociações.
Putin chega ao encontro com exigências claras: manter sob controle russo todas as áreas ocupadas nos oblasts de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, além da retirada das forças ucranianas dos trechos ainda controlados por Kyiv. Para o governo ucraniano, tais condições são inaceitáveis.
As metas de Trump
Trump prometeu durante a campanha de 2024 encerrar o conflito em “poucos dias” e tem alternado críticas a Kyiv e a Moscou desde que voltou à Casa Branca, em janeiro. Em fevereiro, o presidente norte-americano pressionou Volodymyr Zelensky durante reunião na Casa Branca e chegou a suspender temporariamente ajuda militar e inteligência à Ucrânia.
Nos últimos meses, Trump impôs sucessivos prazos para novas sanções contra a Rússia, mas recuou em cada um deles. Agora, ele fala em “troca de territórios”, possibilidade que preocupa o governo ucraniano.
Nesta semana, a Casa Branca descreveu o encontro no Alasca como uma “sessão de escuta”. Ainda assim, o mandatário norte-americano afirmou que poderá avaliar a viabilidade de um acordo “nos primeiros dois minutos”. Ele também reconheceu que a guerra se mostrou “o conflito mais difícil” de sua gestão, apesar de considerar que tanto Putin quanto Zelensky desejam a paz.
Cenários pós-cúpula
Se Trump apoiar as exigências territoriais russas, autoridades em Moscou acreditam que a recusa de Kyiv poderia levar Washington a cortar apoio a Ucrânia, abrindo espaço para um acordo bilateral entre EUA e Rússia. Em outro cenário, o peso das sanções e a queda da receita de petróleo e gás podem pressionar Putin a aceitar concessões, embora não haja sinais disso no momento.

Imagem: bbc.com
Independentemente do resultado, Trump busca consolidar a imagem de “pacificador” e almeja reconhecimento internacional, incluindo a possibilidade de indicação ao Prêmio Nobel da Paz.
Por enquanto, líderes europeus aguardam o desfecho das conversas com cautela, enquanto Zelensky tenta garantir que nenhuma decisão será tomada sem o consentimento ucraniano.
Com informações de BBC News
Para acompanhar outras movimentações geopolíticas e seus impactos na economia global, acesse a cobertura completa em Magazine Notícias.
Fique de olho: novos detalhes sobre o encontro no Alasca podem surgir a qualquer momento. Ative as notificações e não perca as próximas atualizações.