Trump demite Lisa Cook do Fed e caso pode ir à Suprema Corte
Trump demite Lisa Cook do Fed e caso pode ir à Suprema Corte
Trump demite Lisa Cook do Fed e caso pode ir à Suprema Corte. A decisão, anunciada nesta segunda-feira (26), remove a primeira mulher afro-americana do Conselho do Federal Reserve após acusações de fraude hipotecária ainda sob investigação do Departamento de Justiça.
Pressão inédita sobre a diretoria do banco central
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitou que Lisa Cook renunciasse em 20 de agosto, alegando “negligência grave” ao declarar duas hipotecas como residência principal. A dispensa foi formalizada em carta divulgada na rede Truth Social, onde Trump afirmou haver “provas suficientes” de declarações falsas nos pedidos de financiamento.
As acusações partiram de William Pulte, diretor da Agência Federal de Financiamento Habitacional (FHFA) indicado por Trump. Segundo Pulte, documentos públicos demonstrariam a irregularidade nas hipotecas contratadas por Cook em 2021, período em que ela ainda atuava como acadêmica. Entretanto, até o momento, nenhuma evidência foi apresentada ao público.
Resposta de Cook e possível batalha judicial
Nomeada ao Fed pelo ex-presidente Joe Biden em 2022, Cook declarou que não pretende “ser intimidada” e que está reunindo documentos para esclarecer seu histórico financeiro. O mandato dela na diretoria se estenderia até 2038.
A legalidade da demissão pode ser questionada. Em maio, a Suprema Corte sinalizou que o presidente não pode destituir membros do Conselho do Fed sem causa comprovada, o que indica um possível exame do caso pelo tribunal. A mesma decisão limitou tentativas anteriores de Trump de afastar o chair Jerome Powell.
Estrategia de remodelação do Fed
O afastamento de Cook intensifica o esforço de Trump para remodelar a liderança do banco central. O presidente pressiona por cortes agressivos nas taxas de juros enquanto as autoridades mantêm a política estável diante da inflação. Além disso, ele já nomeou Michelle Bowman para a principal função regulatória do Fed e avalia o diretor Christopher Waller como possível sucessor de Powell, cujo mandato como presidente termina em maio de 2025.
Paralelamente, o governo tem contestado programas de diversidade, equidade e inclusão em diferentes agências federais, movimento que coincidiu com a saída de outras autoridades, como o senador Adam Schiff, acusado de fraude hipotecária em circunstâncias semelhantes.

Imagem: Internet
Antecedentes financeiros no banco central
O Fed vem enfrentando questionamentos sobre ética desde 2021, quando os então presidentes das regionais de Dallas e Boston renunciaram após revelações de negociações de ativos. Embora absolvidos posteriormente, o episódio levou o banco a endurecer suas regras internas para investimentos.
Mais detalhes sobre o caso estão disponíveis na cobertura da Reuters, agência que revelou os desdobramentos iniciais da demissão.
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Crédito da imagem: Reuters