Trabalhadores acima de 60 impulsionam mercado de trabalho
Trabalhadores acima de 60 impulsionam mercado de trabalho
Trabalhadores acima de 60 impulsionam mercado de trabalho no Brasil, segundo levantamento baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). O número de ocupados nessa faixa etária saltou 76% em pouco mais de uma década, passando de 4,9 milhões no segundo trimestre de 2012 para 8,6 milhões no mesmo período de 2023.
Longevidade, reforma da Previdência e escassez de jovens
Para o pesquisador Rogério Nagamine, ex-secretário do Regime Geral da Previdência, três fatores explicam o avanço: o envelhecimento acelerado da população, a idade mínima para aposentadoria instituída em 2019 (65 anos para homens e 62 anos para mulheres) e o atual quadro econômico, que incentiva a permanência no emprego.
Enquanto isso, o contingente de trabalhadores entre 40 e 59 anos cresceu 32% (de 31 milhões para 41 milhões), e o de 25 a 39 anos avançou apenas 3,6% em 13 anos. Já a participação dos jovens de 18 a 24 anos recuou 6%, e a de 14 a 17 anos quase 50%, reflexo de menor natalidade e maior permanência na escola.
Histórias que ilustram a tendência
O porteiro José Alberto Soares Lins, 60, pretende seguir na profissão mesmo após conquistar o benefício previdenciário. “Quando me aposentar, quero continuar trabalhando para complementar a renda”, afirma.
Na administração pública, a servidora Eloisa Biasuz, 57, adiou a saída para 2029 a fim de evitar perda de 20% na aposentadoria. Já a ex-bancária Fátima Xavier, 55, antecipou a aposentadoria em 2024, mas abriu uma corretora de seguros para suprir a redução de renda.
Empresas precisarão se adaptar
Com menos jovens disponíveis, organizações terão de reter talentos maduros. O economista Alexandre Oliveira Ribeiro, doutorando em Demografia pela UFMG, avalia que políticas públicas de “envelhecimento ativo” são essenciais para combater o etarismo e manter a produtividade.
Imagem: Internet
Dados detalhados estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE), fonte considerada de alta autoridade no acompanhamento do mercado de trabalho brasileiro.
À medida que a população envelhece, trabalhadores experientes tornam-se peça estratégica para manter a economia girando e sustentar o sistema previdenciário. Empresas que apostarem na diversidade etária tendem a ganhar competitividade.
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