Texas investiga Meta e Character.AI por enganar crianças
Texas investiga Meta e Character.AI por enganar crianças
Texas investiga Meta e Character.AI por enganar crianças ao oferecer chatbots que se apresentam como ferramentas de apoio psicológico, apesar de não possuírem credenciais médicas ou supervisão adequada, segundo o procurador-geral Ken Paxton.
Texas investiga Meta e Character.AI por enganar crianças
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (10), Paxton informou ter aberto um processo investigatório contra o Meta AI Studio e a plataforma Character.AI. A suspeita é de práticas comerciais enganosas por comercializarem seus produtos como suporte de saúde mental a usuários menores de idade.
Paxton destacou que, “ao se passarem por fontes de apoio emocional”, os chatbots podem levar crianças “a acreditar que recebem cuidado legítimo”, quando, na realidade, são “respostas genéricas alinhadas a dados pessoais colhidos” para fins de publicidade.
O assunto ganhou força após um relatório revelar interações inadequadas de chatbots da Meta com menores, inclusive flertes. Embora a Meta afirme não oferecer robôs terapêuticos para crianças, nada impede que esses usuários recorram ao Meta AI ou a personas criadas por terceiros para buscar orientação psicológica.
Em resposta, a Meta declarou que todos os chatbots são claramente rotulados como inteligência artificial, e que direcionam usuários a profissionais qualificados quando necessário. A Character.AI também afirmou conter avisos explícitos em cada conversa, reforçando que “tudo deve ser tratado como ficção”, especialmente em personagens com termos como “psicólogo” ou “terapeuta”.
Apesar dos avisos, especialistas alertam que crianças podem não compreender — ou simplesmente ignorar — tais disclaimers. Além disso, Paxton aponta riscos de privacidade: tanto Meta quanto Character.AI registram interações dos usuários, vinculam dados de navegação e os utilizam para treinar modelos ou direcionar anúncios personalizados. Segundo as políticas de privacidade analisadas, essas práticas incluem o compartilhamento de informações com terceiros e a rastreabilidade em plataformas como TikTok, YouTube e Instagram.
A coleta e o uso de dados infantis são justamente alvos de projetos como o Kids Online Safety Act (KOSA), que tramita no Senado dos EUA desde 2025. O texto sofreu forte lobby de empresas de tecnologia, mas voltou à pauta com apoio bipartidário.
Imagem: Getty
Para avançar na apuração, o Ministério Público texano expediu civil investigative demands, ordens que obrigam as empresas a entregar documentos, dados e depoimentos. Se forem confirmadas violações ao Código de Defesa do Consumidor do Texas, Meta e Character.AI podem enfrentar multas e restrições de operação no estado.
O caso reforça o debate sobre a necessidade de regulação específica para inteligência artificial voltada a menores e coloca pressão sobre outras plataformas que oferecem soluções similares.
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Crédito da imagem: TechCrunch
