Tempestade tropical Lorena acelera no Pacífico e ameaça provocar inundações
O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) identificou esta terça-feira de manhã, hora do Pacífico do México, a formação da tempestade tropical Lorena no nordeste do oceano Pacífico. Trata-se da 12.ª tempestade nomeada da época de 2025 naquela bacia, que se prolonga oficialmente até 30 de novembro.
Intensidade e trajetória prevista
Segundo o aviso mais recente, os ventos sustentados de Lorena mantêm-se acima do limiar mínimo para tempestade tropical, com tendência para ligeiro reforço nas próximas horas. As projeções do NHC indicam um deslocamento geral para oeste, padrão típico das perturbações que se formam nesta zona. No entanto, os meteorologistas alertam para a possibilidade de um desvio para norte ou nordeste caso um sistema de alta pressão seja bloqueado por uma massa de ar mais fria, cenário que já ocorreu com outras tempestades recentes.
O modelo de probabilidade publicado pela agência norte-americana abrange um período de cinco dias e representa áreas com pelo menos 5 % de hipóteses de vento sustentado igual ou superior a 93 km/h. Fora dos 60,25° N, não existem dados suficientes para calcular a mesma probabilidade.
Risco de chuva intensa e cheias rápidas
O NHC sublinha que as inundações repentinas podem atingir zonas interiores e distantes do centro da tempestade. Mesmo sistemas considerados “mais fracos” são capazes de gerar precipitação excessiva capaz de submergir áreas baixas ou mal drenadas.
Para as próximas 24 horas, os mapas de precipitação apontam para totais que podem ultrapassar 250 mm em algumas regiões costeiras mexicanas. A acumulação dependerá da velocidade de deslocação de Lorena e da interação com cadeias montanhosas, que tendem a potenciar a convecção.
Cortes de energia já registados
Os ventos de Lorena causaram falhas de eletricidade ao longo do seu percurso inicial. Em alguns municípios costeiros, a percentagem de clientes sem abastecimento ultrapassou 40 %, de acordo com as autoridades locais. As equipas de emergência estão a remover árvores caídas e a reparar linhas danificadas.

Imagem: William B
Observação por satélite
Imagens de satélite mostram uma circulação relativamente coesa. Sempre que o olho de uma tempestade apresenta um contorno simétrico, aumenta a probabilidade de intensificação, pois indica menor influência de cisalhamento vertical do vento. Estas observações serão atualizadas de hora a hora para detetar eventuais mudanças na estrutura.
Calendário da época no Pacífico
A época de furacões no Pacífico oriental iniciou-se a 15 de maio, duas semanas antes da época no Atlântico. Ambas terminam a 30 de novembro. As tempestades que se formam no Pacífico costumam afastar-se do continente americano, mas a história recente evidencia excepções: um bloqueio atmosférico pode canalizar o sistema para a península da Baixa Califórnia ou mesmo em direcção ao sudoeste dos Estados Unidos, como sucedeu com o furacão Hilary em 2023.
Recomendações de segurança
O NHC aconselha residentes em zonas costeiras e vales fluviais a monitorizar as atualizações oficiais e a preparar planos de evacuação em função da evolução de Lorena. Autoridades mexicanas reforçam a importância de limpar valetas, verificar o estado dos telhados e armazenar provisões suficientes para vários dias.
Os próximos boletins oficiais deverão confirmar se a tempestade alcançará força de furacão ou se se manterá como sistema tropical de categoria inferior, mas com elevado potencial para chuva extrema. Até lá, os serviços de proteção civil mantêm equipa de prontidão para eventual ativação de abrigos temporários e suspensão de classes nas localidades mais expostas.