Tarifaço de Trump atinge principalmente estados aliados
Tarifaço de Trump atinge principalmente estados aliados
Tarifaço de Trump atinge principalmente estados aliados e, segundo estudo da Prospectiva Public Affairs LATAM, o impacto recairá justamente sobre regiões que deram vitória ao republicano no Colégio Eleitoral de 2024, abrindo margem para pressão política contra as novas tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros.
Exportações brasileiras sob pressão
O levantamento, obtido pelo NeoFeed, calcula que o Brasil pode perder cerca de R$ 40 bilhões com o aumento tarifário. Nos Estados Unidos, porém, o peso será sentido primeiro em estados de perfil republicano, grandes compradores de café, suco de laranja, reatores nucleares, materiais elétricos e aeronaves.
A Louisiana e a Carolina do Sul, ambas pró-Trump, respondem por quase 40% do café brasileiro importado pelos EUA. A Flórida, também republicana, concentrou 52% das compras de suco de laranja do Brasil em 2023, movimentando US$ 444 milhões. Já Texas e Flórida protagonizaram quase 30% das importações de reatores, totalizando quase US$ 1 bilhão no mesmo período.
Cenário político e oportunidades de negociação
Para Thiago Vidal, diretor de análise política da Prospectiva, o fato de o tarifaço de Trump atingir redutos republicanos cria “um argumento político-partidário” adicional ao comercial. Há expectativa de ampliação da lista de exceções, principalmente no café, já que concorrentes como Vietnã e Colômbia não possuem capacidade para suprir a demanda deixada pelo Brasil.
Materiais elétricos reforçam a tese: Texas e Geórgia, ambos alinhados ao ex-presidente, compraram 34% desse tipo de produto brasileiro em 2024, somando US$ 500 milhões. No setor aeronáutico, Flórida e Indiana, igualmente trumpistas, representaram 73% das compras, acima de US$ 1,2 bilhão.
Democratas são maioria em frutas e carnes
O estudo mostra exceções. Frutas, carnes e vísceras comestíveis são mais consumidas pela Califórnia, Nova Jersey e Illinois, estados que votaram na democrata Kamala Harris. No mercado de ferro e aço, há equilíbrio entre Pensilvânia (14%) e Mississippi (13%), republicanos, e Illinois (35%), democrata.

Imagem: Internet
Analistas apontam que a pressão vinda dos próprios eleitores de Trump pode influenciar Washington a negociar. Matéria da Reuters destaca que disputas tarifárias anteriores foram revistas quando afetaram cadeias produtivas domésticas.
Para acompanhar os desdobramentos do tarifaço de Trump e seus reflexos no comércio exterior brasileiro, acesse nossa editoria de Economia e Negócios e siga informado.
Crédito da imagem: NeoFeed