SP-Arte Rotas recebe artistas latino-americanos
SP-Arte Rotas recebe artistas latino-americanos
SP-Arte Rotas inaugura sua quarta edição entre 27 e 31 de agosto, em São Paulo, com a participação inédita de artistas da Argentina e do Peru, ampliando o foco antes restrito à produção nacional.
Feira mira conexões regionais além do Brasil
Criada por Fernanda Feitosa, a feira passa a dialogar com vizinhos latino-americanos a fim de fortalecer laços culturais historicamente voltados ao eixo Europa-Estados Unidos. A mudança se materializa na presença da galeria portenha Isla Flotante e do coletivo Xapiri Ground, de Cusco.
Na ARCA, espaço localizado na Vila Leopoldina, o público verá a intersecção entre a produção de Rosario Zorraquín e a obra da suíça naturalizada brasileira Mira Schendel. Já o peruano Gerardo Petsaín Sharup, descendente do povo Wampís, expõe criações baseadas em mitos da Amazônia peruana.
Projeto Transe reforça o caráter multicultural
Com curadoria de Lucas Albuquerque, o projeto Transe traz cinco artistas, dois deles estrangeiros. A palestino-argentina Emilia Estrada apresenta desenhos de observação lunar feitos com carvão sobre linho, seda e veludo. O português Fernão Cruz mostra esculturas que questionam deslocamento e contenção, produzidas com objetos coletados durante residência na capital paulista.
Produtores emergentes dividem espaço com nomes consagrados
Fiel ao conceito de “porta de entrada” para novos colecionadores, a feira mantém obras de até R$ 50 mil. O paulistano Tito Terapia leva telas criadas com pigmentos naturais coletados na zona leste de São Paulo, enquanto clássicos como Cildo Meireles, Adriana Varejão e Beatriz Milhazes permanecem em diálogo com a nova geração.
Segundo levantamento do The Art Newspaper, feiras que valorizam narrativas locais aumentam a participação de colecionadores jovens, tendência que o evento paulista busca consolidar ao dobrar o número de convidados estrangeiros: 50 em 2025, ante 15 na edição anterior.

Imagem: Divulgação
Para Fernanda Feitosa, o público atual “quer entender a história por trás da obra”, avaliando materiais, origem e engajamento comunitário. A SP-Arte Rotas aposta nessa demanda ao reunir produções que mesclam pertencimento territorial e questões identitárias, fortalecendo a cena latino-americana e atraindo visitantes interessados em novas vozes.
Quer saber como o mercado cultural influencia a economia criativa? Acesse nosso especial em Economia e Negócios e continue acompanhando as principais tendências do setor.
Crédito da imagem: Divulgação