Seis práticas que podem rasgar os pneus de carros e motos

Seis práticas que podem rasgar os pneus de carros e motos

Manter os pneus em condições adequadas é requisito básico para a segurança e o desempenho de automóveis e motocicletas. Procedimentos rotineiros, como balanceamento e alinhamento, distribuem o peso de forma uniforme e evitam desgastes prematuros, mas não eliminam todos os riscos. Determinadas atitudes ao volante ou ao guidão podem rasgar o composto de borracha, comprometer a dirigibilidade e resultar em prejuízos financeiros. Veja, a seguir, seis descuidos que expõem pneus de carros e motos a cortes e rupturas.

1. Atravessar buracos em alta velocidade

Irregularidades no asfalto representam ameaça constante. Quando o veículo passa rapidamente por buracos, as bordas afiadas golpeiam a lateral do pneu com força proporcional à velocidade. O impacto deforma a estrutura, gera bolhas internas e pode rasgar o material. Além do risco imediato de perda de controle, o dano nem sempre é visível de imediato, favorecendo falhas repentinas em deslocamentos futuros.

2. Encostar o pneu no meio-fio

Manobrar próximo à calçada exige atenção. Meios-fios podem apresentar quinas vivas, deformações ou fragmentos soltos que funcionam como lâminas. Ao estacionar ou contornar esquinas, o atrito lateral pressiona a carcaça do pneu contra esses pontos irregulares, criando cortes ou arrancando pedaços da banda lateral. Para reduzir a exposição, é recomendável manter distância segura da guia sempre que possível.

3. Rodar com pressão inadequada

Pneus murchos ou superinflados deformam-se além do projeto original. A falta de ar provoca flexão exagerada da carcaça, eleva a temperatura interna e concentra cargas na região dos ombros, tornando o conjunto suscetível a rasgos. Já a calibragem excessiva reduz a área de contato, gera saltos sobre imperfeições e expõe o composto a perfurações. A orientação é verificar a pressão regularmente e seguir a faixa indicada pelo fabricante, preferencialmente com o pneu frio.

4. Passar sobre objetos cortantes

Cacos de vidro, pedaços de metal e detritos pontiagudos espalhados pela pista podem perfurar ou cortar pneus instantaneamente. A recomendação é manter atenção redobrada, sobretudo em túneis, vias em obras ou trechos onde caminhões possam ter derramado cargas. Caso não seja possível desviar, reduzir a velocidade minimiza a energia do impacto e diminui a chance de rompimento.

5. Usar pneus recapados fora das normas e componentes vencidos

Pneus recapados são produtos usados que receberam nova camada de borracha. A Resolução 158/2004 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) proíbe a utilização de pneus reformados em ciclomotores, motonetas, motocicletas e triciclos, além de rodas com quebras ou trincas. Em automóveis, o uso é permitido, mas a resistência costuma ser menor do que a de um pneu novo. Outra questão é a idade: fabricantes estipulam vida útil média de cinco anos a partir da data de fabricação. Após esse período, o composto tende a ressecar, perdendo elasticidade e capacidade de absorver impactos. Pneus reformados ou vencidos, portanto, têm maior probabilidade de rasgar em condições adversas.

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Imagem: Shutterstock via olhardigital.com.br

6. Executar manobras radicais

Práticas como o cavalo-de-pau enquadram-se no artigo 308 do Código de Trânsito Brasileiro, que considera crime a demonstração de perícia em via pública. A infração prevê detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de obter habilitação. Além das penalidades, a manobra submete pneus a atrito extremo, provoca desgaste irregular, superaquecimento e cortes na banda de rodagem. Suspensão, transmissão e outras partes do veículo também sofrem esforços acima do limite de projeto.

Consequências e prevenção

Rasgos em pneus podem levar a estouros, perda de estabilidade e acidentes. No caso de motocicletas, o impacto é ainda mais crítico, pois qualquer falha compromete o equilíbrio imediato do condutor. Para minimizar riscos, recomenda-se:

  • Realizar inspeções visuais frequentes em busca de cortes, bolhas ou corpos estranhos.
  • Calibrar os pneus na pressão correta, seguindo o manual do fabricante.
  • Evitar sobrecarga além do peso máximo indicado.
  • Substituir pneus que apresentem desgaste pronunciado ou completem cinco anos de uso, mesmo que ainda possuam sulcos.
  • Conduzir defensivamente, reduzindo a velocidade em vias esburacadas e mantendo distância de objetos suspeitos na pista.

Ao adotar hábitos de direção cuidadosa e manutenção preventiva, motoristas e motociclistas prolongam a vida útil dos pneus, preservam a integridade mecânica do veículo e contribuem para um trânsito mais seguro.

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