Rodatherm Energy lança modelo geotérmico 50% mais eficiente
Rodatherm Energy, nova startup de energia geotérmica sediada nos Estados Unidos, saiu do modo stealth com um aporte de US$ 38 milhões e o objetivo de erguer uma planta-piloto de 1,8 MW em Utah até o fim de 2026.
A empresa aposta em um circuito fechado de aço preenchido com refrigerante, solução que difere dos sistemas tradicionais, baseados em água, para extrair calor do subsolo. Segundo a companhia, essa configuração eleva a eficiência em 50% e praticamente elimina o consumo hídrico, além de reduzir a necessidade de filtros contra detritos.
Rodatherm Energy lança modelo geotérmico 50% mais eficiente
O investimento de Série A foi liderado pela Evok Innovations e contou com Active Impact Investments, Giga Investments, Grantham Foundation, MCJ, TDK Ventures, Tech Energy Ventures e Toyota Ventures. Os recursos financiarão a perfuração e instalação do poço de teste, cujo fornecimento de energia já está comprometido com a Utah Associated Municipal Power Systems.
Embora mais eficiente, o design em loop fechado pode encarecer perfuração e instalação em comparação aos sistemas abertos, que demandam menos material. A viabilidade econômica só ficará clara após a conclusão do poço experimental. O setor, porém, observa com atenção: concorrentes como Fervo Energy, Sage Geosystems, XGS Energy e Quaise disputam espaço com projetos que somam centenas de megawatts e contratos com gigantes de tecnologia.
Fervo Energy, por exemplo, já levantou quase US$ 1 bilhão e planeja entregar a primeira fase de 100 MW da usina Cape Station em 2025, além de fornecer eletricidade para data centers do Google. A XGS Energy assinou acordo semelhante com a Meta para gerar 150 MW no Novo México. Esse panorama reforça a corrida por soluções que aliem custo competitivo e baixo impacto ambiental.
De acordo com a Agência Internacional de Energia, a energia geotérmica pode crescer mais de 70% até 2030 se novas tecnologias conseguirem reduzir o preço por megawatt-hora. Inovações como a da Rodatherm se encaixam nessa tendência, prometendo ampliar a oferta de renováveis firmes na matriz elétrica.

Imagem: Getty
Resta saber se a eficiência reivindicada compensará o capex — ponto crucial para atrair financiamentos em escala comercial. Caso obtenha sucesso em Utah, a empresa pretende replicar o modelo em projetos maiores nos Estados Unidos e em mercados com potencial geotérmico similar.
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Crédito da imagem: Divulgação/Rodatherm Energy