Regimes totalitários reescrevem a história, alerta livro

Regimes totalitários reescrevem a história, alerta livro

Regimes totalitários reescrevem a história, alerta livro

Regimes totalitários reescrevem a história, alerta livro recém-lançado no Brasil pelo filósofo americano Jason Stanley, que examina como o apagamento da memória coletiva serve à consolidação do poder autoritário.

Regimes totalitários reescrevem a história, alerta livro

No título “Apagando a história – Como os fascistas reescrevem o passado para controlar o futuro”, Stanley reúne episódios da China, da antiga União Soviética e dos Estados Unidos para demonstrar que a censura a fatos incômodos ameaça a democracia. O autor destaca, por exemplo, a proibição de qualquer referência aos protestos de 1989 na Praça da Paz Celestial, em Pequim, e a eliminação de registros de oposição ao regime de Joseph Stalin.

Nos EUA, o filósofo relaciona os atuais ataques à educação, impulsionados pelo ex-presidente Donald Trump, a iniciativas anteriores como o macartismo das décadas de 1940 e 1950. Segundo ele, a estratégia busca transformar escolas e universidades em instrumentos de propaganda que ignoram temas como escravidão, colonialismo e genocídio indígena.

O livro também revisita símbolos de solidariedade racial suprimidos da narrativa oficial, entre eles o gesto dos velocistas Tommie Smith, John Carlos e Peter Norman nos Jogos Olímpicos de 1968. Em comum, afirma Stanley, está o esforço de movimentos de extrema direita para impor uma versão única da história capaz de sustentar hierarquias de raça, gênero e classe.

Para fundamentar a análise, o autor recorre à própria experiência familiar. Sua avó, Ilse Stanley, atriz na Berlim pré-nazista, foi expulsa da vida pública quando Hitler assumiu o poder. O caso ilustra como até sociedades cultas podem ser capturadas por mitos nacionalistas excludentes.

Com 224 páginas, a obra chega às livrarias brasileiras pela L&PM ao preço de R$ 69,90. Stanley, autor de outros seis livros e hoje professor na Universidade de Toronto, defende que a preservação de múltiplas perspectivas históricas é condição para cidadãos se reconhecerem como iguais na esfera pública. A tentativa de reduzir o passado a um relato oficial, diz, é incompatível com a democracia.

Especialistas em direitos humanos, como a Human Rights Watch, alertam que a manipulação de currículos escolares também cresce em outras regiões, reforçando o diagnóstico de Stanley sobre a ofensiva global contra liberdades civis.

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Crédito da imagem: wikimedia.org

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