Reator nuclear na Lua: NASA detalha desafios até 2030
Reator nuclear na Lua: NASA detalha desafios até 2030
Reator nuclear na Lua: NASA detalha desafios até 2030 será o pilar energético da próxima fase do programa Artemis, afirmou o administrador interino Sean Duffy em coletiva realizada em 5 de junho. A agência prevê instalar o sistema até o fim da década para sustentar astronautas e infraestrutura permanente no satélite natural.
Reator nuclear na Lua: NASA detalha desafios até 2030
Duffy classificou o projeto como parte de uma “nova corrida espacial”, citando a necessidade de garantir presença dos Estados Unidos diante do avanço chinês. Segundo ele, controlar as áreas com maior incidência de luz solar e reservas de gelo é decisivo para estabelecer uma economia lunar e fortalecer a segurança nacional.
Para transformar a meta em realidade, a NASA encara obstáculos logísticos, técnicos e ambientais. Em artigo publicado no portal The Conversation, o professor Clive Neal, da Universidade de Notre Dame, apontou que a escolha do local do reator nuclear na Lua é o primeiro grande dilema. A proximidade com depósitos de água congelada — já detectados em crateras polares — será vital para resfriar o sistema e sustentar missões de longa duração.
Três sondas em órbita — Lunar Reconnaissance Orbiter, ARTEMIS P1 e ARTEMIS P2 — mapeiam o gelo lunar há quase 20 anos. Contudo, Neal acredita que a confirmação final dependerá do rover VIPER (Volatiles Investigating Polar Exploration Rover). Caso seja reativada, a missão pode indicar, em até dois anos, o solo mais seguro e rico em água para receber o reator.
Mesmo após superada a etapa de localização, restará proteger a instalação da poeira e das rochas lançadas pelos pousos de foguetes. Estudos citados por Neal recomendam erguer o complexo atrás de formações rochosas naturais ou a pelo menos 2,4 quilômetros de qualquer plataforma de descida até que uma superfície dedicada seja construída.
Além disso, o transporte de componentes exigirá múltiplas viagens, demandando uma base logística capaz de receber cargas pesadas. A NASA planeja usar a missão Artemis 3, prevista para 2027, como ensaio geral. A tripulação deverá passar seis dias na superfície, quase 60 anos após a Apollo 11, e testar procedimentos de montagem de infraestrutura crítica.

Imagem: Gorodenkoff
Se bem-sucedida, a iniciativa colocará a agência no rumo de ampliar a presença humana fora da Terra e abrir caminho a voos tripulados para Marte. Energia estável e abundante, fornecida por um reator nuclear na Lua, é vista como pré-requisito para habitats, laboratórios e, futuramente, plataformas de lançamento interplanetárias.
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Crédito da imagem: Gorodenkoff/Shutterstock