Queda da inflação anima economistas de BTG, Bradesco e Santander
Queda da inflação no Brasil levou economistas dos três grandes bancos a preverem o IPCA dentro da banda em 2025, mesmo com desemprego no menor patamar histórico.
Expectativas descem abaixo de 5% para 2025
No último Relatório Focus do Banco Central, o mercado reduziu a projeção do IPCA para 4,95% em 2025 e 4,4% em 2026. Os dados sustentam a visão de Guilherme Guilherme, chefe de pesquisa do BTG Pactual, Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Santander, e Fernando Honorato, do Bradesco, que participaram do 26º Encontro Anual do Santander.
Nairu mais baixa explica inflação contida
Segundo Samuel Pessoa, do BTG, a Nairu — taxa de desemprego mínima que não pressiona preços — caiu de 9,5% em 2012 para cerca de 6,5%. Com a taxa de desemprego em 5,8%, a economia estaria em “pleno emprego” sem aquecer o núcleo de serviços. O avanço educacional, o envelhecimento da população e novas ocupações ligadas a tecnologia, como técnicos de TI e motoristas de aplicativo, contribuem para esse fenômeno.
Atividade econômica perde fôlego
Pessoa projeta que o PIB, após crescer 3,4% em 2024, suba 1,9% este ano e desacelere para 1,5% em 2026. Ele calcula que 70% da atividade seja cíclica: essa fatia avançou 4,5% no ano passado, mas deve crescer apenas 1% em 2025. Honorato reforça: “A política monetária demorou, mas finalmente está chegando ao crédito”, prevendo crescimento próximo de zero no segundo semestre.
Corte de juros deve ficar para 2026
Apesar do alívio inflacionário, os especialistas veem pouco espaço para o Banco Central iniciar cortes na Selic em 2025. Honorato alterou sua aposta de dezembro para janeiro, citando a comunicação cautelosa da autoridade monetária: “O BC quer manter a taxa por período prolongado; dezembro não está fora da mesa, mas pode atrasar”.

Imagem: Internet
O maior otimismo com a queda da inflação convive, portanto, com a leitura de desaceleração econômica e um ciclo de juros ainda prolongado, formando o pano de fundo para decisões de investimento e crédito até 2026.
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Crédito da imagem: NeoFeed