Putin agradece a Kim Jong Un presença de 15 mil soldados norte-coreanos na Ucrânia

Putin agradece a Kim Jong Un presença de 15 mil soldados norte-coreanos na Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou o “heroísmo” dos militares da Coreia do Norte que combatem ao lado das forças de Moscovo na guerra contra a Ucrânia. O agradecimento foi feito esta quarta-feira, em Pequim, durante um encontro com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, à margem de uma parada militar organizada pela China para assinalar 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial na Ásia.

Encontro em Pequim reforça aliança

Foi a terceira reunião entre Putin e Kim em dois anos, sinal da crescente cooperação bilateral. Durante a conversa, o chefe do Kremlin descreveu as relações como “amigáveis” e sublinhou o papel dos soldados norte-coreanos na “libertação” da região russa de Kursk. Kim respondeu garantindo disponibilidade para “fazer tudo” em apoio a Moscovo e classificou a parceria como uma “obrigação fraterna”.

Analistas de Seul estimam que Pyongyang tenha deslocado cerca de 15 000 militares para a frente de combate, além de fornecer mísseis e armamento de longo alcance. Em troca, a Coreia do Norte terá recebido alimentos, financiamento e assistência técnica.

Números do contingente e perdas em combate

As tropas enviadas por Pyongyang, sem experiência prévia em cenários de guerra, passaram as primeiras semanas em formação e tarefas de apoio antes de integrarem operações ofensivas. De acordo com fontes ocidentais, pelo menos 1 000 soldados norte-coreanos morreram entre Outubro e Dezembro do ano passado. Dois meses depois, deputados sul-coreanos elevaram o balanço total para cerca de 4 700 baixas, das quais 600 fatais, números que continuam sem confirmação oficial.

O contingente tem estado envolvido na tentativa russa de retomar posições na zona oeste de Kursk, onde forças ucranianas mantêm um pequeno bolsão conquistado durante uma incursão surpresa em Agosto de 2023. Moscovo reconhece que essa frente tem registado “perdas significativas”.

Acordos de defesa e contributos civis

A aproximação militar foi formalizada em Junho do ano passado, quando os dois países assinaram um tratado que prevê assistência mútua “em caso de agressão”. Na altura, Kim considerou o documento “o mais forte de sempre” entre Moscovo e Pyongyang e, recentemente, reiterou “apoio incondicional” à campanha russa na Ucrânia.

Além de soldados, a Coreia do Norte prometeu enviar milhares de trabalhadores civis para reconstruir infra-estruturas na região de Kursk, devastada pelos combates. A informação foi divulgada em Junho por Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança russo.

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Imagem: Internet

Dimensão simbólica e impacto interno

Na semana passada, Kim Jong Un reuniu-se com familiares de militares norte-coreanos mortos em acção. Segundo a agência estatal KCNA, o dirigente expressou “profunda tristeza” por não ter conseguido “trazê-los de volta vivos” e prometeu erguer um monumento em honra dos “heróis” que tombaram na Ucrânia, bem como apoiar os seus filhos.

Especialistas destacam que a homenagem pública reforça a narrativa interna de “solidariedade anticolonial” com Moscovo e legitima a intervenção externa perante a população norte-coreana, apesar dos riscos associados.

Contexto regional

A colaboração militar entre Moscovo e Pyongyang intensifica-se num momento em que a Rússia enfrenta sanções ocidentais e necessita de mão-de-obra e munições adicionais. Para a Coreia do Norte, o envolvimento oferece acesso a recursos e tecnologia, ao mesmo tempo que desafia a pressão exercida por Washington e aliados asiáticos.

Em Pequim, Putin afirmou que “nunca serão esquecidos” os sacrifícios dos militares norte-coreanos nem o apoio das suas famílias. Kim respondeu que a relação bilateral “avança em todas as áreas” e reiterou estar pronto para novos contributos, caso a Rússia assim o solicite.

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