Projeto VM0048: Brasil lidera crédito de carbono global

Projeto VM0048: Brasil lidera crédito de carbono global

Projeto VM0048 coloca o Brasil na dianteira do mercado de créditos de carbono ao encaminhar a primeira iniciativa mundial de conservação florestal aprovada na nova metodologia da Verra, alinhada aos Core Carbon Principles do Integrity Council for the Voluntary Carbon Market.

Batizado de Projeto Rio Preto, o empreendimento coordenado pela FutureClimate (Verra/VCS ID 3049) será o pioneiro a emitir créditos sob o padrão VM0048, lançado em 2023 com exigências rigorosas de clareza fundiária, gestão de riscos, proteção da biodiversidade e benefícios sociais mensuráveis.

Projeto VM0048: Brasil lidera crédito de carbono global

Ao substituir linhas de base definidas caso a caso por um mapeamento jurisdicional de risco de desmatamento — construído com uma década de dados históricos e modelos avançados — a VM0048 é vista pela Verra como “salto em transparência e rigor científico”. O Brasil foi priorizado na aplicação dos novos mapas, já finalizados para Pará e Mato Grosso, com dados provisórios para Amazonas, Rondônia e Acre.

O modelo proprietário “Beyond Carbon”, adotado pela FutureClimate, sustenta-se em quatro pilares: integridade legal e socioambiental, proteção da biodiversidade amazônica, monitoramento de riscos e impacto social. Entre as ações em curso estão cadeia comunitária de produção de mel, viveiro de mudas nativas em parceria com a prefeitura e horta destinada à alimentação de crianças e idosos.

O inventário florestal termina em setembro de 2025, seguido por auditoria independente em outubro e revisão final da Verra entre novembro e dezembro. A expectativa é que os primeiros créditos sejam emitidos logo após a COP30, que ocorrerá em Belém em novembro de 2025, permitindo ao país apresentar resultados concretos em plena conferência climática.

Analistas preveem valorização expressiva dos créditos VM0048, respaldados por critérios robustos e pela crescente demanda corporativa por compensações de “alta integridade”. Estudos indicam que cada avanço na qualificação de rating pode elevar o preço em aproximadamente 25 %, enquanto créditos de metodologias antigas recuam para cerca de US$ 4,8 por tonelada, segundo dados da MSCI.

Laura Albuquerque, Chief Climate Officer da FutureClimate, afirma que a venda dos créditos priorizará empresas genuinamente comprometidas com impacto climático: “Não buscamos quem procura apenas visibilidade em marketing verde”. A postura sinaliza ao mercado que integridade será o principal filtro de negociação.

Relatório da BloombergNEF estima que padrões confiáveis possam expandir o mercado voluntário de carbono de US$ 30 bilhões para até US$ 1,1 trilhão em 2050, colocando o Brasil no centro das finanças climáticas globais.

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Foto: Arquivos FutureClimate Group / DINO

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