Porto do Açu mira triplicar exportação de grãos até 2026
Porto do Açu, maior complexo portuário privado da América Latina, planeja multiplicar por três o volume de grãos embarcados até 2026, passando do patamar atual de 1 milhão para 3 milhões de toneladas anuais. A estratégia da controladora Prumo Logística, divulgada pelo CEO Rogério Zampronha, busca posicionar o terminal fluminense como alternativa concreta aos tradicionais portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).
A virada começou em setembro, quando o Açu recebeu suas primeiras 25 mil toneladas de milho não transgênico vindas do Mato Grosso. Mesmo transportada por caminhões, a carga chegou a navios em apenas três dias, contra até 60 dias de espera observados em outros portos, segundo Zampronha.
Porto do Açu mira triplicar exportação de grãos até 2026
Para sustentar o salto, a Prumo investiu R$ 100 milhões na construção de dois novos cais, que serão inaugurados em outubro. Cada estrutura poderá atender, simultaneamente, navios Panamax de até 75 mil toneladas. Hoje, o complexo possui 30 cais em operação e área disponível para erguer pelo menos outros 40, o que elimina o risco de gargalos logísticos mencionado pelo executivo.
No médio prazo, a movimentação deve ganhar novo impulso com a ferrovia EF-118, cujo projeto tramita na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O leilão da concessão está previsto para este ano, e o prazo de obra é estimado em quatro anos. Concluída a ligação ferroviária entre o porto, no norte fluminense, e Santa Leopoldina (ES), a expectativa é elevar o fluxo anual de grãos para até 15 milhões de toneladas.
Embora a diversificação seja prioritária, o petróleo e o minério de ferro continuarão a responder por aproximadamente 75% das 100 milhões de toneladas que o Porto do Açu projeta movimentar em 2025. O terminal multivocação opera, atualmente, com 11 terminais e 28 empresas instaladas em uma área de 130 km² — 40 km² deles reservados à maior área de restinga particular do país.
No campo financeiro, a Prumo Logística soma R$ 14,1 bilhões em dívidas, dos quais R$ 845 milhões vencem nos próximos 12 meses. A companhia encerrou o primeiro semestre com receita de R$ 950,7 milhões (alta de 28,2%) e Ebitda de R$ 814 milhões (alta de 29%), mas registrou prejuízo de R$ 142,7 milhões, reflexo dos investimentos de longo prazo.
Imagem: Internet
Segundo Zampronha, a alavancagem deverá cair progressivamente até 2032, sem comprometer novos aportes. “Estamos crescendo pelas beiradas, sem concorrer diretamente com os grandes corredores, mas há muito espaço para avançar”, afirma.
Com planos robustos, logística ágil e novos acessos em vista, o Porto do Açu se consolida como rota alternativa para os grãos do Centro-Oeste, reforçando a competitividade brasileira no comércio internacional.
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Imagem: NeoFeed/Divulgação
