Política de vacinas de RFK Jr sacode agências de saúde

Política de vacinas de RFK Jr sacode agências de saúde

Política de vacinas de RFK Jr provoca a maior reviravolta em décadas no Departamento de Saúde dos Estados Unidos. O secretário demitiu cientistas veteranos, nomeou aliados críticos a imunizantes e impôs novas restrições ao calendário vacinal, contrariando recomendações históricas de órgãos técnicos.

Entre as primeiras medidas, Robert F. Kennedy Jr. dispensou o experiente Dr. Peter Marks e colocou o hematologista Dr. Vinay Prasad como diretor de vacinas e diretor médico. Ao lado do comissário Dr. Marty Makary, Prasad limitou a aplicação dos reforços contra a Covid-19 a pessoas acima de 65 anos ou com comorbidades.

Política de vacinas de RFK Jr sacode agências de saúde

Em junho, Kennedy dissolveu o Comitê Consultivo de Práticas de Imunização (ACIP) do CDC e exonerou seus 17 integrantes. O grupo foi recomposto com oito novos nomes; metade já manifestara ceticismo sobre vacinas. Na segunda-feira, mais cinco integrantes foram anunciados, alguns com histórico de contestação ao uso de imunizantes ou aos mandatos de vacinação.

Destacam-se o pesquisador Dr. Robert Malone, que questiona a tecnologia de mRNA, e o bioestatístico Martin Kulldorff, opositor da vacinação infantil contra a Covid-19. Outros indicados, como a enfermeira Vicky Pebsworth e o professor Retsef Levi, já defenderam restringir ou retirar vacinas do mercado.

O novo cenário também envolve cargos estratégicos fora do CDC. No NIH, o infectologista Dr. Matthew Memoli, crítico de mandatos vacinais, foi promovido a vice-diretor. Já o economista da saúde Dr. Jay Bhattacharya, agora diretor do instituto, reiterou apoio às vacinas tradicionais, mas pediu mais pesquisas sobre eventuais vínculos com autismo—assunto considerado resolvido pela comunidade científica, como reforça o Centers for Disease Control and Prevention.

Dentro do Departamento de Saúde, o assessor especial Stuart Burns, ex-assessor de congressistas que se opuseram a imunizantes, coordena a agenda de reformulação. Ele conta com o apoio de Reyn Archer, David Geier e Lyn Redwood, todos com histórico de críticas ao preservativo de mercúrio (thimerosal) ou de tentativas de associar vacinas ao autismo.

A mudança já influencia recomendações: o comitê recém-formado votou por retirar a versão de vacina contra gripe que ainda continha thimerosal, reduzindo a lista de imunizantes cobertos por seguros públicos, como o Medicaid. Segundo ex-diretores, a atuação do grupo pode comprometer coberturas obrigatórias que, por lei, seguem as indicações do ACIP.

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Imagem: Amy Schoenfeld Walker and Lazaro Gamio

Mesmo com autonomia para aceitar ou rejeitar pareceres, o CDC hoje é liderado interinamente por Jim O’Neill, ex-executivo de biotecnologia e adjunto de Kennedy. A antecessora, Susan Monarez, alegou ter sido afastada por discordar das novas diretrizes.

Analistas temem que decisões baseadas em ceticismo sem respaldo científico prejudiquem campanhas de imunização consagradas, como a vacinação contra hepatite B ao nascer, técnica que quase eliminou a transmissão vertical da doença.

No curto prazo, a expectativa é de novos embates quando o comitê reavaliar, ainda nesta semana, calendários de doses para crianças, gestantes e profissionais de saúde.

Para acompanhar os próximos capítulos e entender como as mudanças podem repercutir globalmente, leia também as atualizações em Notícias Gerais e fique por dentro das nossas análises diárias.

Crédito da imagem: Getty Images

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