Polícia investiga suposto plano de sequestro contra presidente do Vasco envolvendo milicianos e funcionários do clube

Polícia investiga suposto plano de sequestro contra presidente do Vasco envolvendo milicianos e funcionários do clube

A Delegacia Antissequestro (DAS) do Rio de Janeiro abriu inquérito para apurar duas denúncias anônimas que apontam a existência de um plano para sequestrar Pedro Paulo da Souza, o Pedrinho, presidente do Vasco da Gama. As comunicações chegaram à polícia em 28 de julho e 1º de agosto e citam, de forma explícita, a participação de milicianos do bairro de Bangu, na Zona Oeste da capital fluminense. Os relatos também indicam o envolvimento de dois funcionários do clube.

Detalhes do suposto plano

Segundo as informações repassadas aos investigadores, o grupo pretendia abordar o dirigente até esta quarta-feira (6) nas proximidades do estádio de São Januário. O método descrito incluía o uso de disfarces de empresários, com objetivo de atrair Pedrinho a uma reunião, rendê-lo e forçá-lo a realizar transferências bancárias via Pix.

Os autores das denúncias informaram ainda que integrantes da milícia de Bangu estariam responsáveis pela operação e contavam com a colaboração de dois empregados do Vasco. Os nomes desses funcionários não foram divulgados pela polícia, que mantém sigilo sobre as peças do inquérito.

Notificação e medidas de segurança

A Polícia Civil comunicou oficialmente o presidente vascaíno sobre as denúncias na terça-feira (5). Na ocasião, agentes recomendaram reforço imediato da segurança pessoal do dirigente. Mesmo depois do alerta, o clube manteve a programação normal das atividades em São Januário nesta quarta-feira.

Manifestação do presidente

Ao tomar conhecimento do inquérito, Pedrinho declarou que a situação é “inaceitável” e ressaltou confiar no trabalho das autoridades. O dirigente recordou ameaças anteriores e o vazamento de seu endereço residencial nas redes sociais, ocorrido em julho. Desde então, ele relata receber intimidações frequentes.

Fase da investigação

A DAS informou que o caso se encontra em fase inicial. Todas as medidas de praxe, como cruzamento de informações, checagem dos relatos e eventual adoção de vigilância preventiva, estão em curso. O Vasco declarou prestar total apoio às investigações e colaborar com quaisquer demandas feitas pela polícia.

Antecedentes de ameaças

O episódio é mais um na sequência de intimidações dirigidas ao presidente do clube. Em novembro do ano passado, Pedrinho já havia recebido mensagens com teor violento em um grupo de WhatsApp, algumas contendo ameaças diretas. No fim de julho, um influenciador digital divulgou o endereço do dirigente em redes sociais, o que, segundo ele, ampliou a sensação de vulnerabilidade.

Em coletiva concedida à época, o mandatário afirmou que “qualquer coisa que aconteça” com ele ou familiares tornaria o responsável pela divulgação do endereço suspeito prioritário. Na ocasião, Pedrinho criticou a escalada de hostilidade no ambiente esportivo, reforçando que divergências futebolísticas não justificam ameaças ou exposição de dados pessoais.

Contexto interno do clube

A denúncia surge em meio a um período conturbado para o Vasco, dentro e fora de campo. Na classificação do Campeonato Brasileiro, o time ocupa a 17ª posição, com 15 pontos somados em 48 disputados. Torcedores demonstram insatisfação com o desempenho e com as contratações realizadas na atual janela de transferências.

Pedrinho assumiu a presidência em janeiro de 2024, quando a gestão do futebol ainda estava sob controle da empresa 777 Partners. Em maio, uma decisão liminar devolveu a condução do departamento ao clube, transferindo a responsabilidade direta para a atual administração. Desde então, a relação com a torcida tem oscilado entre expectativa e críticas.

Próximos passos

Os investigadores trabalham para identificar os autores das denúncias e confirmar a veracidade dos supostos vínculos entre milicianos de Bangu e funcionários do Vasco. Caso os indícios se comprovem, os envolvidos poderão responder por associação criminosa, tentativa de extorsão mediante sequestro e outros delitos correlatos.

Até a conclusão do inquérito, a Polícia Civil pretende manter vigilância reforçada em torno do presidente do clube e de sua rotina de deslocamentos. O Vasco, por sua vez, informa que seguirá prestando apoio logístico e jurídico às autoridades, além de avaliar medidas internas para proteger dirigentes e colaboradores.

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