Pingentes para bolsas viram aposta das grifes de luxo
Pingentes para bolsas viram aposta das grifes de luxo
Pingentes para bolsas surgem como alternativa para grandes marcas de luxo reconquistarem consumidores após a primeira desaceleração do setor em 15 anos, apontada pela Bain & Company.
Pequenos acessórios, grandes resultados
Entre 2023 e 2025, cerca de 50 milhões de clientes deixaram de comprar produtos de alto padrão, especialmente os da Geração Z, segundo a consultoria. Para conter a queda, grifes como Prada, Louis Vuitton, Dior, Gucci e Hermès direcionam esforços a pingentes colecionáveis que custam até US$ 1,4 mil — valor muito menor que o de suas bolsas icônicas.
A lista de itens inclui o croissant da Longchamp, os minirrobôs e ursinhos da Prada, o caranguejo colorido da Louis Vuitton e o tradicional cavalinho da Hermès. De acordo com Lorena Borja, professora do IED e da ESPM, esses acessórios funcionam como “porta de entrada” para um público que busca status, mas não alcança ou não deseja desembolsar valores mais altos.
Cases de sucesso no caixa
A estratégia já mostra números expressivos. Na conferência de resultados da Tapestry Inc., controladora de Coach e Kate Spade, o CEO Todd Kahn afirmou que a empresa está “arrebentando” com a categoria. No último trimestre, a receita do grupo somou US$ 1,7 bilhão, alta de 8% ante 2024; só a Coach avançou 14%.
Para Neil Saunders, diretor-gerente da GlobalData, arriscar é essencial: “Se não apostarmos nisso, outros farão”. A análise foi publicada no Business of Fashion, referência internacional em moda.
Foi nas redes que tudo começou
O fenômeno nasceu fora do circuito de luxo. Em 2024, celebridades como Rihanna e Lisa, do Blackpink, exibiram bolsas adornadas pelos Labubus, bonecos da chinesa Pop Mart que lembram gremlins. O buzz nas redes sociais catapultou a fabricante: as ações da Pop Mart valorizaram 210% entre outubro de 2024 e agosto de 2025, elevando seu valor de mercado para o equivalente a US$ 53 bilhões — nove vezes a Mattel.

Imagem: Internet
Tendência passageira ou novo filão?
Deborah Aitken, da Bloomberg Intelligence, prevê que os pingentes representarão fatia modesta, mas vital, na receita das maisons, mantendo-as “vivas na mente dos consumidores”. Já Lorena Borja acredita que a onda deve ser temporária, embora reconheça que diretores criativos mais jovens tendem a absorver rapidamente demandas vindas do universo digital.
Com o movimento dos pingentes, as grifes demonstram agilidade para dialogar com novos públicos, enquanto monitoram o impacto da economia global sobre seus produtos principais.
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Crédito da imagem: NeoFeed