Perda de olfato sinaliza Alzheimer precoce, diz estudo

Perda de olfato sinaliza Alzheimer precoce, diz estudo

Perda de olfato pode ser um indício inicial do Alzheimer, aponta um estudo conduzido por pesquisadores alemães e publicado na revista Nature Communications.

Ao analisar cérebros de camundongos com Alzheimer induzido e amostras de tecido humano, os cientistas observaram que a resposta imune do cérebro ataca fibras nervosas ligadas ao processamento de cheiros, rompendo a ligação entre o bulbo olfativo e o locus ceruleus, regiões essenciais para a percepção olfativa.

Perda de olfato sinaliza Alzheimer precoce, diz estudo

A pesquisa sugere que essa alteração ocorre nos estágios iniciais da doença, antes de sintomas cognitivos mais reconhecíveis. Para Paulo Caramelli, professor da UFMG, a redução do olfato em pessoas mais velhas deve acender um alerta, embora outras causas otorrinolaringológicas precisem ser descartadas antes do diagnóstico.

Segundo o artigo divulgado na Nature Communications, a ativação das microglias — células de defesa do sistema nervoso — resulta na quebra das fibras modificadas, comprometendo a identificação de aromas específicos. Essa descoberta abre caminho para rastrear o risco de Alzheimer por meio de testes olfativos simples.

No Brasil, um exemplo prático é o MultiScent 20, tablet criado em 2023 que libera 20 fragrâncias e registra respostas do paciente em tempo real. O dispositivo já está presente em consultórios particulares e universidades, com recomendação de rastreamento a partir dos 57 anos.

Viviane Zétola, professora da UFPR, destaca que o treino olfativo fortalece a reserva cognitiva e pode retardar o aparecimento da demência. O mesmo vale para visão e audição, sentidos cuja perda está associada a maior risco de doenças neurodegenerativas.

Enquanto exames baseados em biomarcadores evoluem, especialistas recomendam que idosos e familiares observem qualquer declínio sensorial e procurem avaliação médica para descartar causas tratáveis e investigar possível comprometimento cognitivo.

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Crédito da imagem: Folhapress

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