PEC da Blindagem pode travar investigações no STF

PEC da Blindagem pode travar investigações no STF

PEC da Blindagem, aprovada na Câmara dos Deputados na noite de 16 de julho, avança para o Senado com potencial de limitar prisões e denúncias contra parlamentares investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Pelo texto, a abertura de ação penal ou a prisão de deputados e senadores dependerá de votação secreta no Congresso. Críticos afirmam que a medida pode barrar processos ligados ao suposto desvio de emendas parlamentares e a outras apurações sensíveis em curso.

PEC da Blindagem pode travar investigações no STF

Entre os possíveis beneficiados está o deputado Elmar Nascimento (União-BA), citado na Operação Overclean por suspeita de fraude em licitação de recursos da Codevasf em Campo Formoso (BA). Também consta o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), alvo de inquérito que apura atuação nos Estados Unidos para adoção de tarifas contra produtos brasileiros.

Na segunda-feira anterior à votação, o ministro do STF Flávio Dino enviou à Polícia Federal emendas “Pix” de nove cidades, liberadas por 25 parlamentares. Em menos de duas semanas, a PF realizou duas operações: uma no Ceará, envolvendo Júnior Mano (PSB-CE), e outra na Bahia, que mira contratos ligados a Elmar.

Outros nomes sob investigação incluem Afonso Motta (PDT-RS), Félix Mendonça (PDT-BA), José Guimarães (PT-CE), Eunício Oliveira (MDB-CE) e Yuri do Paredão (MDB-CE). Todos negam irregularidades. Em março, o STF já havia aceitado denúncia da PGR contra Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE) por corrupção passiva e organização criminosa.

Caso avance, a PEC da Blindagem criará um filtro político que pode travar denúncias semelhantes, segundo analistas. O texto contou com apoio majoritário do PL, do Centrão e de outras legendas, sob argumento de coibir “excessos” do Judiciário.

A proposta ainda precisa de três quintos dos votos dos senadores, em dois turnos, para ser promulgada. Se aprovada, tornará o Congresso responsável por decidir, em sessão secreta, se um colega vira réu, o que especialistas apontam como risco de impunidade.

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Crédito da imagem: Agência Câmara

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