Ozempic genérico avança e SUS veta caneta da Novo Nordisk
Ozempic genérico avança e SUS veta caneta da Novo Nordisk
Ozempic genérico avança e SUS veta caneta da Novo Nordisk em meio a decisões que podem redefinir o mercado de análogos de GLP-1 no País, estimado em R$ 7,5 bilhões até 2026.
Governo bloqueia semaglutida e liraglutida no SUS
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) negou a entrada da semaglutida e da liraglutida na lista de medicamentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Técnicos do Ministério da Saúde calcularam que a adoção dos fármacos custaria R$ 4,9 bilhões em cinco anos, sendo R$ 3,7 bilhões referentes à semaglutida e R$ 1,2 bilhão à liraglutida.
A dinamarquesa Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, Wegovy e Saxenda, considerava a inclusão peça central de sua estratégia local. Em nota, a empresa reconheceu o impacto dos preços e citou “subfinanciamento do SUS” e “restrições orçamentárias” como entraves, mas afirmou que continuará dialogando com o governo.
Anvisa prioriza registro nacional de análogos de GLP-1
Enquanto o veto afeta a multinacional, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou edital que dá prioridade a pedidos de registro de semaglutida e liraglutida fabricados no Brasil. Na prática, farmacêuticas nacionais terão a fila acelerada e podem lançar produtos antes mesmo do fim da patente do Ozempic, que expira em 20 de março de 2026.
Entre as interessadas estão EMS, Cimed, Biomm, Prati-Donaduzzi e Hypera. A EMS, por exemplo, já distribui a caneta de liraglutida Olire para obesidade e Lirux para diabetes, com meta de vender 500 mil unidades em 12 meses.
Mercado bilionário atrai novos concorrentes
Relatório do BTG Pactual projeta que o segmento de análogos de GLP-1 movimentará R$ 7,5 bilhões em 2026. Desse total, R$ 5,75 bilhões devem vir de canetas de marca e R$ 1,72 bilhão de genéricos e similares. O governo federal, responsável por 74% das compras de genéricos, é visto como peça-chave para o crescimento desse setor.

Imagem: Internet
No varejo, a Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) confirma intermitências pontuais na oferta de semaglutida e liraglutida, mas prevê aumento da demanda a partir do próximo ano com a entrada de novos players.
Impacto nas ações da Novo Nordisk
Negociada na B3 por meio de BDRs, a Novo Nordisk acumula queda de 44,4% em 2025; em Nova York, a baixa é de 34,5%. A companhia está avaliada em US$ 189,6 bilhões e também enfrenta pressão global com o avanço do Mounjaro, da Eli Lilly, e de novas moléculas em estudo.
Para entender como outras decisões governamentais impactam negócios no País, acesse nossa editoria de Economia e Negócios e continue acompanhando as principais atualizações do mercado farmacêutico.
Crédito da imagem: NeoFeed