Orçamento de 2026 chega ao Congresso com superávit
Orçamento de 2026 chega ao Congresso com superávit
Orçamento de 2026 chega ao Congresso com superávit de 0,25% do PIB previsto. O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) deve ser protocolado até 31 de agosto, recolocando a política fiscal no centro do debate em Brasília.
Orçamento de 2026 chega ao Congresso com superávit
Após um primeiro semestre dominado por discussões sobre tarifas norte-americanas e tensões institucionais, o foco se volta às contas públicas brasileiras. O envio pontual do PLOA, antecedido pelo Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) apresentado em abril, sinaliza respeito ao calendário fiscal — cenário bem diferente do atraso de três meses verificado na peça de 2025.
O governo estima o primeiro saldo positivo do atual mandato ao projetar superávit primário de 0,25% do PIB. A meta, se cumprida, reforçará a credibilidade da equipe econômica antes do último ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para alcançar o objetivo, a administração federal conta com receitas adicionais futuras, como ampliações de tributação sobre ativos virtuais, títulos incentivados e apostas eletrônicas, além da validação da cobrança de IOF, já reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal. Também estão sobre a mesa um imposto mínimo sobre alta renda para compensar a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil e a limitação de benefícios fiscais.
Os maiores bancos privados — Itaú Unibanco, Bradesco e Santander — não projetam um “céu de brigadeiro”, mas tampouco veem desastre iminente. Em relatórios de cenário, estimam déficit entre 0,4% e 0,9% do PIB para 2026, baseados em leve desaceleração da atividade e na precisão das medidas de arrecadação. Apesar disso, alertam para a escalada da dívida bruta, que pode ultrapassar 85% do PIB no fim do período.
O Ministério do Planejamento e Orçamento reforça que não há espaço para alterar a meta fiscal. Economistas do Itaú calculam até R$ 20 bilhões em receitas extras com a elevação de tributos sobre bets, fintechs e juros sobre capital próprio. Já o Bradesco acredita que a manutenção do arcabouço fiscal possibilitará recuo do déficit de 0,5% do PIB em 2025 para 0,4% no ano seguinte. O Santander, por sua vez, elogia a robustez da arrecadação de 4,4% acima da inflação no primeiro semestre, mas ressalta que a política fiscal continua sendo o principal risco de pressão sobre juros e preços.

Imagem: Internet
No Congresso, a votação do PLOA está marcada para dezembro, enquanto o PLDO pode ser analisado em 3 de setembro. A expectativa é de que a tramitação tranquila permita discutir ajustes estruturais apenas a partir de 2027, já sob novo governo ou num eventual quarto mandato de Lula.
Para acompanhar outras análises sobre contas públicas e impactos na economia real, visite nossa editoria de Economia e Negócios e continue informado.
Crédito da imagem: NeoFeed