OpenAI em Hollywood: longa animado por IA custará 85% menos
OpenAI em Hollywood: longa animado por IA custará 85% menos. A gigante de inteligência artificial apoia a produção de “Critterz”, primeiro longa-metragem de animação criado quase integralmente por algoritmos, com estreia prevista para o Festival de Cannes de 2026.
Idealizado pelo diretor criativo da OpenAI, Chad Nelson, o projeto reúne a britânica Vertigo Films e a americana Native Foreign. O orçamento é de US$ 30 milhões, contra a média de US$ 200 milhões em produções convencionais, e o cronograma foi reduzido de três anos para apenas nove meses.
OpenAI em Hollywood: longa animado por IA custará 85% menos
Os estúdios utilizam modelos como o GPT-5 e geradores de imagens da OpenAI para transformar esboços de 30 artistas em cenas finalizadas. Apenas três dezenas de profissionais participam da produção, número muito inferior aos cerca de 250 acostumados a trabalhar em um filme animado tradicional.
Anderson Soares, coordenador científico do Centro de Excelência em IA da UFG, afirma que a redução de custos deve atrair novas produtoras ao mercado. Ele lembra que estúdios menores, a exemplo da Neon – vencedora do Oscar com “Parasita” –, poderão competir em um terreno antes dominado pelos gigantes de Hollywood.
O uso massivo de algoritmos, no entanto, levanta dúvidas trabalhistas e criativas. Associações de atores e roteiristas pressionam por salvaguardas, temendo perder espaço para ferramentas capazes de gerar roteiros, vozes e imagens sintéticas. Conforme destacou o Wall Street Journal, Disney e Netflix já testam IA em produção, UX e marketing, mas avançam com cautela para evitar conflitos com sindicatos.
A indústria também enfrenta ações judiciais sobre direitos autorais. Depois de denúncias contra a Midjourney em junho, a Warner Bros. entrou na Justiça alegando cópias indevidas de personagens protegidos. Para o crítico André Guerra, a transparência é essencial: “O público precisa saber o que foi criado por IA”. Ele alerta ainda para o risco de algoritmos padronizarem narrativas, gerando “bolhas cinematográficas” e reduzindo a originalidade.

Imagem: critterz.tv
Mesmo com polêmicas, os produtores de “Critterz” veem vantagem competitiva na agilidade. A obra acompanha criaturas da floresta que partem em aventura após sua aldeia ser perturbada, proposta que, segundo Nelson, permite testar os limites da animação gerada por IA sem comprometer a qualidade artística.
No curto prazo, a experiência servirá como termômetro para Hollywood medir ganhos de eficiência e impacto sobre empregos criativos. No longo, pode redefinir o equilíbrio entre tecnologia e arte na sétima arte.
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Foto: critterz.tv