Oncoclínicas avalia aumento de capital com novos investidores
Oncoclínicas avalia aumento de capital com novos investidores
Oncoclínicas avalia aumento de capital com novos investidores em uma operação que pode injetar até R$ 2,32 bilhões no caixa e aliviar a alavancagem da rede especializada em oncologia.
Assembleia de 9 de setembro deve destravar a operação
O plano prevê alterar o estatuto social para elevar o capital autorizado de 800 milhões para 1,3 bilhão de ações ordinárias. Desse total, restariam 800 milhões de papéis disponíveis, o que, ao preço de tela de R$ 2,94 (fechamento de 27/08), limita a captação a aproximadamente R$ 2,32 bilhões.
Quem são os potenciais aportadores
Entre os interessados destacam-se o empresário Joesley Batista; a gestora de special situations Starboard Partners; a Latache Capital, que já detém 14,5% da companhia; e a ARC Capital, atual debenturista. A transação pode ocorrer em duas frentes: conversão de debêntures existentes e entrada de capital fresco, ainda em discussão.
Dívida pressiona e mercado reage
No segundo trimestre, a Oncoclínicas registrou dívida líquida de R$ 3,9 bilhões, 4,4 vezes o Ebitda, ante 2,5 vezes um ano antes. Do passivo bruto de R$ 5,1 bilhões, R$ 2,42 bilhões correspondem a debêntures e R$ 2,27 bilhões a empréstimos. A preocupação dos investidores ficou evidente com as debêntures sendo negociadas entre 60% e 70% do valor de face.
Credores como Santander, BB DTVM e a asset do BTG Pactual aguardam os termos finais do aumento de capital para decidir a adesão. Especialistas avaliam que a ampla conversão de títulos em ações reduziria significativamente a pressão financeira.
Desinvestimentos e foco na oncologia
Paralelamente, a empresa vendeu o Complexo Hospitalar de Uberlândia (MG) e o Hospital de Oncologia do Méier (RJ). A estratégia é sair de áreas não relacionadas a oncologia, reduzindo consumo de caixa e mantendo exclusividade para serviços oncológicos nessas unidades por até 30 anos.

Imagem: Internet
Possível diluição dos atuais sócios
Com valor de mercado de R$ 1,92 bilhão, a emissão poderá diluir a posição de acionistas relevantes, entre eles a americana Centauro, o banco Master e o fundador Bruno Ferrari. Ainda assim, fontes ouvidas pelo NeoFeed enxergam o reforço de caixa como fundamental para reequilibrar o balanço e sustentar o crescimento.
Dados adicionais sobre a companhia podem ser consultados no site da B3, a bolsa brasileira, que consolida informações financeiras e de governança de empresas listadas.
Para acompanhar os próximos capítulos da reestruturação e os impactos no setor de saúde, veja também nossa cobertura em Economia e Negócios. Continue conosco para mais análises e atualizações de mercado.
Crédito da imagem: NeoFeed