Ofensiva terrestre em Gaza obriga nova fuga em massa
Ofensiva terrestre em Gaza mobilizada por Israel na madrugada desta terça-feira (11) desencadeou intenso bombardeio sobre a Cidade de Gaza e obrigou novas levas de civis a deixarem suas casas. Autoridades locais estimam que mais de 350 mil pessoas já seguiram pela única estrada litorânea disponível rumo ao centro do enclave, somando-se aos centenas de milhares que haviam fugido anteriormente.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou a ação como “operação poderosa” contra o que chamou de “último grande reduto do Hamas”. O Exército de Israel calcula que cerca de 3 mil combatentes do grupo ainda estejam na região urbana atacada.
Ofensiva terrestre em Gaza obriga nova fuga em massa
Apesar do avanço militar, a campanha enfrenta forte repúdio internacional. O alto-comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Türk, descreveu a ofensiva como “totalmente inaceitável”. Reino Unido, Turquia e Alemanha também criticaram a escalada, enquanto os Estados Unidos afirmaram preferir uma saída negociada, mas admitiram que “nem sempre é possível” diante do Hamas.
Relatório de uma comissão independente da ONU apontou evidências de genocídio, incluindo violência sexual, ataques deliberados a crianças e destruição sistemática de templos, escolas e sítios culturais. Israel rejeitou o documento, chamando-o de “distorcido e falso”.
No terreno, cenas de desespero se repetem. A moradora Lina al-Maghrebi, 32, contou à BBC ter vendido suas joias para pagar 3,5 mil shekels por um transporte até Khan Younis, jornada que levou dez horas. Já Amjad al-Nawati relatou que o irmão com deficiência passou a noite “tremendo de medo” com o som das explosões.

Imagem: Internet
O Ministério da Saúde administrado pelo Hamas fala em 59 mortos e 386 feridos nas últimas 24 horas, além de três óbitos por fome. Desde o início da guerra, em outubro de 2023, o número de vítimas fatais em Gaza ultrapassa 64,9 mil, quase metade mulheres e crianças.
Organizações humanitárias alertam que o avanço militar pode agravar a fome já declarada no território. A própria Organização das Nações Unidas advertiu que o deslocamento forçado para a chamada “zona humanitária” costeira empurra civis para uma “catástrofe ainda mais profunda”.
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Crédito da imagem: Anadolu via Getty Images