Núcleo de Júpiter pode ter origem gradual, diz estudo
Núcleo de Júpiter pode ter origem gradual, diz estudo
Núcleo de Júpiter pode ter origem gradual, diz estudo abriu nova frente de debate ao indicar que a estrutura interna do maior planeta do Sistema Solar não resultou de um impacto catastrófico, mas se consolidou lentamente durante sua evolução.
Núcleo de Júpiter pode ter origem gradual, diz estudo
A conclusão vem de simulações realizadas por pesquisadores da Universidade de Durham, no Reino Unido. Usando um supercomputador, a equipe modelou colisões entre Júpiter e corpos com cerca de dez massas terrestres, variações no ângulo de impacto e diferenças na composição dos objetos. Em todos os cenários, o núcleo do planeta permanecia difuso, sem fronteira nítida entre a região sólida e as camadas gasosas.
Até então, a principal hipótese explicava o núcleo incomum a partir de uma colisão única e violenta. No entanto, os novos resultados mostram que, mesmo em choques extremos, os fragmentos de rocha e gelo se reorganizam rapidamente, deixando uma separação clara — exatamente o oposto do que é observado pela missão Juno, da NASA, cujos dados, desde 2016, revelam um interior heterogêneo em Júpiter.
O físico Thomas Sandnes, líder do trabalho publicado no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, afirma que “o impacto abala o planeta até o centro, mas não na configuração necessária para explicar o núcleo difuso”. A equipe também lembra que Saturno exibe núcleo semelhante, reforçando a tese de que esse tipo de estrutura emerge de processos graduais e comuns a gigantes gasosos.
Embora a pesquisa não descarte totalmente colisões na história do planeta, ela aponta que a principal fase de crescimento de Júpiter ocorreu pela acumulação de pequenos corpos, e não pelo colapso direto de uma nuvem de gás. Essa conclusão pode ajudar na interpretação de exoplanetas de grande massa, sugerindo que núcleos difusos sejam comuns em estrelas distantes.

Imagem: Vadim Sadovski
Para os autores, aprimorar modelos computacionais de alto detalhe é crucial para entender a diversidade de mundos observados no Sistema Solar e além, contribuindo para mapear como se formam as camadas internas de planetas colossais.
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Crédito da imagem: Vadim Sadovski/Shutterstock