Novo marco do ensino superior pressiona polos EaD no país

Novo marco do ensino superior pressiona polos EaD no país

Novo marco do ensino superior pressiona polos EaD no país. A regulamentação aprovada em maio impõe padrões mais rígidos para cursos a distância e semipresenciais, elevando custos de infraestrutura e redesenhando a competição no setor privado.

Grandes grupos veem chance de ganhar mercado

Segundo Roberto Valério, CEO da Cogna, e Rossano Marques, CEO da Yduqs, o aumento de Capex necessário para adequação aos novos requisitos deve acelerar a saída de pequenos operadores que mantêm até 100 polos essencialmente comerciais. Com a retração dessa oferta, gigantes como Cogna e Yduqs projetam ampliar participação nas modalidades EaD.

A principal exigência do novo marco regulatório do ensino superior é a modernização dos polos, que terão de oferecer laboratórios, secretarias estruturadas e áreas de convivência. Cursos de Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia passam a ser totalmente presenciais, enquanto licenciaturas e outras áreas da saúde ficam limitadas a modelos semipresenciais. Engenharia continua permitida a distância, mas com laboratório obrigatório no polo.

Impacto direto no acesso aos cursos de Enfermagem

Para Marques, da Yduqs, a obrigatoriedade de presencialidade total em Enfermagem é a mudança mais sensível. Hoje, o curso chega a mais de 2 000 cidades por meio de polos; com a regra, ficará restrito a cerca de 600 municípios que possuem campi. “É um trade-off entre acesso e qualidade”, afirmou.

Durante o período de transição de dois anos, ainda será possível abrir turmas semipresenciais, o que tem impulsionado matrículas recentes. Valério confirma a tendência: “O curso de Enfermagem está acelerando”. Ambos os executivos preveem captação mais robusta a partir de 2026, sustentada por estabilidade regulatória e cenário econômico mais favorável.

Pressão de custos ameaça pequenos operadores

A necessidade de investir em laboratórios e espaços maiores deve recair sobre franqueados e parceiros dos polos. Caso o faturamento não acompanhe o novo nível de despesa, muitas unidades podem deixar o mercado. Para compreender o teor completo das normas, consulte a página oficial do Ministério da Educação em gov.br/mec.

Com a consolidação esperada, grupos de capital aberto reforçam a estratégia de financiar parte das adaptações onde houver retorno claro. “Os polos estão mais confiantes para investir”, diz Valério, sinalizando otimismo com o fluxo de matrículas nos próximos ciclos acadêmicos.

Quer saber como outras mudanças regulatórias impactam o setor privado? Acesse nossa editoria de Economia e Negócios e continue bem informado.

Crédito da imagem: NeoFeed

Deixe uma resposta

Rolar para cima