Netanyahu ameaça novos ataques a líderes do Hamas em Doha
Netanyahu ameaça novos ataques a líderes do Hamas em Doha e reforça que as lideranças do grupo islâmico não estão protegidas “onde quer que estejam”. A declaração foi dada nesta segunda-feira ( …) em Jerusalém, ao lado do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
O primeiro-ministro israelense justificou que “todo país tem o direito de se defender além de suas fronteiras”, referindo-se ao bombardeio de que matou seis pessoas no Catar, aliado próximo de Washington. Apesar da pressão internacional, ele assegurou que Israel agiu “sozinho, ponto final”.
Netanyahu ameaça novos ataques a líderes do Hamas em Doha
A operação em Doha gerou críticas do presidente norte-americano Donald Trump, que havia prometido ao emir catariano que ataques do tipo não se repetiriam. Questionado se a ação abalou laços com os EUA, Rubio minimizou: “Mantemos relações fortes com nossos aliados do Golfo”.
Enquanto Israel endurece o discurso, líderes árabes participam de uma cúpula de apoio ao Catar. O premiê catariano pediu à comunidade internacional que puna Israel por aplicar “padrões duplos”. Ainda assim, Trump afirmou duas vezes a jornalistas que Netanyahu “não atacará novamente o Catar”.
Qatar abriga a maior base aérea dos EUA na região e atua como mediador indireto entre Israel e Hamas. De acordo com o Departamento de Estado, Rubio seguirá para Doha após a visita a Jerusalém.
Internamente, Israel intensifica operações em Gaza. O Exército demoliu prédios residenciais na Cidade de Gaza e prepara possível avanço terrestre, ordenando que cerca de 250 mil palestinos deixem a área. A ONU alerta que a escalada pode aprofundar a crise humanitária.
A expansão de assentamentos na Cisjordânia também esteve na pauta do encontro. No fim de agosto, o governo israelense aprovou o polêmico projeto E1, que pode dividir o território palestino ao meio. Netanyahu reiterou: “Cumpriremos a promessa de que não haverá Estado palestino”.
Imagem: Internet
Especialistas lembram que os assentamentos são considerados ilegais pelo direito internacional, como destaca um relatório da ONU. Mesmo assim, o governo israelense fala em anexar até 80 % da Cisjordânia.
Em paralelo à diplomacia oficial, Rubio visitará o parque arqueológico Cidade de Davi, em Jerusalém Oriental, administrado por organizações de colonos. Críticos afirmam que a escavação de túneis sob casas palestinas politiza a arqueologia e desloca moradores locais.
Os desdobramentos das declarações de Netanyahu serão acompanhados de perto na próxima sessão da Assembleia Geral da ONU, onde países como Reino Unido, França e Canadá podem reconhecer formalmente o Estado da Palestina.
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Crédito da imagem: AFP via Getty Images
