Miopia infantil cresce com uso prolongado de telas
Miopia infantil cresce com uso prolongado de telas
Miopia infantil cresce com uso prolongado de telas segundo alerta de especialistas após a National Academy of Sciences (NAS), dos Estados Unidos, classificar a condição como doença e não mais mero erro refrativo.
Miopia infantil cresce com uso prolongado de telas
O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor do Instituto Penido Burnier e fundador da ABRACMO, associa a nova definição ao aumento “exponencial” de casos em crianças no mundo inteiro. De acordo com o médico, seis em cada dez pais que chegam aos consultórios desconhecem os tratamentos disponíveis para conter a progressão do problema.
Dados publicados na revista científica JAMA Ophthalmology reforçam a preocupação. O estudo analisou mais de 300 mil crianças e revelou que o risco de desenvolver miopia sobe 23 % após apenas uma hora diante de telas. A tendência continua até o quarto hora de exposição, quando a curva de risco passa a crescer de forma mais gradual.
Pesquisas conduzidas pelo próprio Queiroz Neto com 360 alunos de 6 a 9 anos mostram que o uso intensivo do computador dobrou a ocorrência de miopia nesse grupo. O especialista explica que, no início, o distúrbio pode ser “acomodativo”, provocado por espasmos dos músculos ciliares. Sem intervalos para descanso ocular, a alteração transitória converte-se em permanente.
A doença resulta do alongamento do globo ocular e da curvatura acentuada da córnea, que fazem a imagem se formar à frente da retina. Entre os sintomas mais comuns de miopia leve e moderada estão queda no rendimento escolar, visão embaçada à distância, aperto frequente dos olhos e dor de cabeça após leitura prolongada.
Na alta miopia, o alongamento ocular eleva o risco de catarata precoce, glaucoma e, principalmente, rasgos ou descolamento de retina — emergências que exigem atendimento imediato. Sinais como flashes de luz, moscas volantes, visão distorcida ou perda súbita da visão não devem ser ignorados.

Imagem: Internet
Para correção visual, crianças com graus baixos ou moderados podem usar óculos ou lentes de contato com filtro UV. Em quadros avançados, combinam-se lentes especiais, colírio de atropina e, em alguns casos, terapia ortoceratológica. “Nada substitui o exame oftalmológico anual”, ressalta Queiroz Neto, lembrando que muitas crianças não conseguem relatar o problema por falta de referência.
Garantir intervalos regulares longe das telas, incentivar atividades ao ar livre e manter acompanhamento médico são estratégias simples que reduzem o risco de alta miopia.
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Crédito da imagem: National Academy of Sciences