Minidólar WDOV25 fecha em alta e testa resistências antes de semana decisiva

Minidólar WDOV25 fecha em alta e testa resistências antes de semana decisiva

São Paulo, 2 de setembro – O contrato de minidólar WDOV25 encerrou a sessão desta segunda-feira com subida de 0,19 %, aos 5 477,5 pontos, contrariando o recuo observado nas principais praças internacionais. A negociação decorreu com liquidez limitada, condicionada pelo feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos.

Fecho moderado em sessão de liquidez reduzida

A valorização do contrato ocorreu num ambiente de escassos catalisadores domésticos. No início da manhã, o Relatório Focus do Banco Central apontou leve revisão em baixa para a previsão do dólar em 2025, de 5,59 reais para 5,56 reais, e um recuo da expectativa de inflação nesse ano para 4,85 %. Apesar da melhoria marginal, a leitura de mercado manteve-se cautelosa, uma vez que a agenda económica da semana concentra indicadores potencialmente voláteis.

Esta terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgará o Produto Interno Bruto do segundo trimestre, que deverá evidenciar desaceleração do crescimento. Nos Estados Unidos, o destaque ficará para o relatório de emprego payroll, na sexta-feira, indicador que poderá reforçar a perspetiva de corte de juros pela Reserva Federal em setembro.

Além dos dados macroeconómicos, operadores monitoram o desenrolar de tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos e os possíveis reflexos do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Esses elementos mantêm o dólar num intervalo de incerteza tanto no curto como no médio prazo.

Níveis técnicos orientam próximos movimentos

No gráfico de 15 minutos, o minidólar conseguiu recuperar terreno, mas permanece abaixo das médias móveis de 9 e 21 períodos, sinal que sugere prudência entre os compradores. Para confirmar continuidade do avanço, será necessário romper a zona de resistência compreendida entre 5 483 e 5 489 pontos. Ultrapassado esse patamar, os objetivos imediatos situam-se em 5 501,5/5 512,5 pontos, podendo estender-se a 5 520,5/5 535 pontos.

Em sentido contrário, a perda do suporte de 5 477/5 468,5 pontos deve estimular ordens de venda e conduzir o contrato para 5 457,5/5 452 pontos, com projecções posteriores em 5 442/5 437 pontos.

A análise diária confirma que o movimento actual representa, por enquanto, apenas correcção das quedas registadas em agosto. O ativo manteve-se abaixo das médias de 9 e 21 períodos e renovou recentemente a mínima anual em 5 437 pontos. Caso essa marca seja novamente testada e quebrada, o fluxo vendedor tende a intensificar-se em direcção a 5 405/5 378 pontos.

Para reverter o viés negativo de médio prazo, o minidólar terá de ultrapassar a região de 5 489/5 502 pontos. Esse rompimento abriria caminho para 5 550/5 565 pontos. O Índice de Força Relativa (14) situa-se em 42,47, área considerada neutra.

Já no gráfico de 60 minutos, o contrato fechou acima das médias curtas, alinhado com a correcção de curtíssimo prazo. Mesmo assim, mantém-se o parâmetro técnico: sem a superação consistente de 5 489/5 502 pontos, o impulso comprador permanece frágil. Caso a ruptura aconteça, os alvos são 5 520,5/5 550 e, em extensão, 5 565/5 590 pontos. A quebra do piso em 5 477/5 452 pontos, por outro lado, pode levar o ativo a 5 437/5 413 pontos, com possível prolongamento para 5 405/5 389 pontos.

Sensibilidade a indicadores e política monetária

A expectativa crescente sobre a trajetória de juros norte-americana adiciona volatilidade ao mercado de câmbio local. Um payroll abaixo do consenso reforçaria a hipótese de flexibilização monetária pelo Fed, cenário que tende a aliviar a pressão sobre a divisa brasileira. Em contrapartida, números mais fortes poderão prolongar o ciclo restritivo e impulsionar o dólar global, efeito potencialmente ampliado sobre o minidólar.

No plano interno, investidores aguardam novidades sobre o quadro fiscal, a tramitação de reformas e eventuais sinalizações do Banco Central acerca da sequência de cortes na taxa Selic. Qualquer alteração nessas frentes poderá redefinir as expectativas de câmbio e, consequentemente, os níveis técnicos observados nos contratos futuros.

Com a agenda carregada e as referências políticas ainda indefinidas, analistas recomendam atenção redobrada aos pontos de suporte e resistência destacados, uma vez que a atuação de traders tende a concentrar-se nesses intervalos até que surjam catalisadores mais claros.

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