Melatonina exige orientação médica para uso adequado
Melatonina exige orientação médica para uso adequado — Melatonina, hormônio regulador do ciclo sono-vigília, virou aposta rápida para quem deseja dormir melhor, mas especialistas alertam que o suplemento só é seguro quando prescrito e dosado corretamente.
Disponível em prateleiras de farmácias brasileiras, a melatonina ganhou popularidade como “pílula do sono”. O aumento das vendas, porém, foi acompanhado por automedicação e informações incompletas, cenário que preocupa o otorrinolaringologista Nilson André Maeda, do Hospital Paulista.
Melatonina exige orientação médica para uso adequado
Produzido naturalmente pela glândula pineal ao anoitecer, o hormônio sinaliza ao corpo que é hora de descansar. A versão sintética imita a molécula original, mas não reproduz o pico noturno biológico, tornando crucial o horário correto da ingestão.
Ao contrário de sedativos, a melatonina não “desliga” o cérebro: ela apenas alinha o relógio interno. Por isso, mostra melhores resultados em distúrbios do ritmo circadiano, como jet lag, trabalho noturno ou síndrome da fase atrasada do sono, segundo Maeda.
Entre os grupos que podem se beneficiar estão idosos, pessoas com transtorno do espectro autista, TDAH ou profissionais que atravessam fusos em viagens frequentes. Fora desses contextos, a eficácia é limitada.
Na insônia crônica, o tratamento de primeira linha permanece a terapia cognitivo-comportamental. Essa recomendação é reforçada por especialistas internacionais, que apontam benefícios modestos do hormônio isolado.
Embora considerada segura, a melatonina pode provocar sonolência diurna, tontura, cefaleia e náuseas. Estudos respaldam o uso contínuo por até 12 meses, mas faltam dados sobre efeitos prolongados.

Imagem: Internet
O suplemento também interage com álcool, benzodiazepínicos e alguns antidepressivos. Gestantes, lactantes e crianças só devem utilizá-lo com acompanhamento médico.
Maeda recomenda iniciar sempre com a menor dosagem eficaz, entre 0,5 mg e 3 mg, tomada cerca de 30 minutos antes do horário habitual de dormir. Ingerir o comprimido fora desse intervalo, especialmente no meio da noite, compromete o resultado.
O médico enfatiza que higiene do sono, ambiente escuro, horários regulares e avaliação especializada continuam fundamentais. “Melatonina é aliada, não solução única”, conclui.
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