Marco Rubio em Israel após ofensiva em Gaza
Marco Rubio, secretário de Estado dos Estados Unidos, desembarcou em Israel neste domingo (8) para tratar da guerra na Faixa de Gaza poucas horas depois de novos bombardeios que derrubaram dezenas de prédios residenciais em Gaza City.
Ao lado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Rubio afirmou que o vínculo entre Washington e Tel Aviv permanece “muito forte”, apesar do descontentamento do presidente Joe Trump com o ataque israelense contra dirigentes do Hamas no Catar.
Marco Rubio em Israel após ofensiva em Gaza
No Muro das Lamentações, Netanyahu reforçou que a parceria bilateral é “tão durável quanto as pedras” do local sagrado. O premiê justificou a operação em Doha, dizendo que mirou líderes do Hamas responsáveis pelos atentados de 7 de outubro de 2023.
Rubio reconheceu a irritação da Casa Branca com a ação em território de um aliado, mas ressaltou que o foco norte-americano “segue sendo o retorno de todos os reféns e o fim da guerra”. Segundo o Departamento de Estado, 48 israelenses continuam sequestrados em Gaza, 20 deles presumivelmente vivos.
O ataque em Doha provocou reação imediata do governo catariano, que classificou a ofensiva como “covarde” e “flagrante violação do direito internacional”. O primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, convocou para esta segunda-feira (9) uma cúpula árabe-islâmica de emergência para discutir medidas contra Israel. Em declaração prévia ao encontro, ele cobrou da comunidade global o abandono dos “padrões duplos”. Detalhes da repercussão foram destacados pela agência Reuters.
Enquanto diplomatas negociam, a situação humanitária na Faixa de Gaza se deteriora. A ONU advertiu que uma escalada militar em área já assolada por fome pode gerar “catástrofe ainda mais profunda”. Imagens verificadas pelo serviço de checagem da BBC exibem explosões que atingiram a torre al-Kawthar, um dos ao menos 30 edifícios demolidos, conforme autoridades locais.
O Exército israelense informou ter concluído cinco ondas de ataques em Gaza City na última semana, atingindo 500 alvos que incluíam túneis, depósitos de armas e postos de observação do Hamas. Estima-se que 250 mil palestinos já tenham fugido para o sul, embora centenas de milhares permaneçam na região, contrariando ordens de evacuação. Moradores relatam não ter recursos para viajar ou temerem bombardeios no destino.

Imagem: Internet
Desde o início da ofensiva israelense, em 7 de outubro, o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas contabiliza 64.871 mortes na Faixa de Gaza. Ao mesmo tempo, ao menos 144 pessoas teriam sucumbido a desnutrição e fome desde que analistas internacionais confirmaram estado de fome aguda em 22 de agosto. Israel contesta esses números e afirma estar ampliando corredores de ajuda.
Rubio encerrou o dia em reuniões fechadas com autoridades israelenses para discutir próximos passos caso a invasão terrestre de Gaza City seja autorizada. “Precisamos olhar adiante”, disse ele, sem detalhar eventuais condições para um cessar-fogo.
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Crédito da imagem: Reuters