Lula afirma não ter relação com Trump e critica tarifas
Lula afirma não ter relação com Trump e classificou como “eminentemente políticas” as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Em entrevista exclusiva à BBC, o presidente brasileiro disse que os consumidores norte-americanos “pagarão pelos erros” do líder dos EUA ao encarecer itens como café e carne.
O governo norte-americano passou a taxar as importações do Brasil em julho, citando o julgamento por tentativa de golpe do ex-presidente Jair Bolsonaro como motivação. Lula rebateu, afirmando que soube das medidas pela imprensa e que Donald Trump “não comunicou de forma civilizada” antes de publicar a decisão em suas redes.
Lula afirma não ter relação com Trump e critica tarifas
Segundo o presidente, desde que assumiu, nunca houve diálogo direto entre os dois mandatários. “Ele nunca quis conversar”, afirmou. Trump, por sua vez, já declarara que Lula poderia “telefonar a qualquer momento”, mas o petista insiste que integrantes da administração norte-americana “não querem falar”. Ainda assim, Lula disse que, se encontrar Trump na Assembleia-Geral da ONU, irá cumprimentá-lo “por educação”.
Lula destacou ter mantido boas relações com ex-presidentes dos EUA e outros líderes globais, mas considerou Trump uma exceção. Questionado sobre quem dialoga melhor — Trump ou Vladimir Putin —, respondeu que a relação com o russo foi construída “em outros tempos” e que a do norte-americano é “com Bolsonaro, não com o Brasil”.
O presidente também comentou a condenação de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal, que aplicou pena de 27 anos por articular golpe após perder a eleição. Lula afirmou que o antecessor “feriu o país, tentou um golpe e planejou minha morte”. Ele espera que a defesa apresente recursos, mas sustenta que, “até agora, ele é culpado”.
Ao criticar Trump por “inventar inverdades” sobre perseguição a Bolsonaro, Lula acrescentou que, se os distúrbios de 6 de janeiro tivessem ocorrido no Brasil, o norte-americano já estaria sendo julgado. O petista ainda defendeu a reforma da ONU, argumentando que o poder de veto dos cinco membros permanentes impede a organização de evitar conflitos como a guerra na Ucrânia ou a crise em Gaza, que definiu como “genocídio”.
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Durante a entrevista, Lula justificou a compra de petróleo russo, afirmando que o Brasil segue a lei e adotará responsabilidades em caso de vazamentos. Ele reiterou apoio a uma transição energética global, mas frisou que “o momento de abandonar os fósseis ainda não chegou”.
Mais detalhes sobre a repercussão internacional podem ser lidos na reportagem da BBC, que também solicitou posicionamento da Casa Branca sem retorno até o fechamento desta edição.
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