Leilão do Porto de Santos enfrenta impasse regulatório

Leilão do Porto de Santos enfrenta impasse regulatório

Leilão do Porto de Santos enfrenta impasse regulatório

Leilão do Porto de Santos enfrenta impasse regulatório devido à divergência entre a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Secretaria de Reformas Econômicas (Seae), do Ministério da Fazenda, sobre as regras para o arrendamento do megaterminal de contêineres e passageiros Tecon 10.

Leilão do Porto de Santos enfrenta impasse regulatório

A Antaq definiu que a licitação ocorrerá em duas etapas: primeiro, apenas empresas sem operação de contêineres no complexo santista poderão disputar o ativo; se não houver interessados, o processo será aberto aos atuais operadores. A medida busca evitar concentração num porto responsável por 40% da movimentação de carga do País.

Com investimento estimado em R$ 6,45 bilhões durante o contrato inicial de 25 anos — prorrogável por até 70 —, o vencedor construirá o maior terminal de contêineres do Brasil, com capacidade para 3,5 milhões de TEUs/ano, além de um terminal de cruzeiros em área de 621,9 mil m² no bairro do Saboó.

A Seae, entretanto, recomendou ao Tribunal de Contas da União que o certame seja realizado em fase única, permitindo a participação de todas as companhias, condicionada a eventual desinvestimento se o ganhador já atuar no porto. Para o órgão, a exclusão inicial de incumbentes é “desproporcional” e pode atrasar a entrega do projeto.

A nota da Seae provocou reação imediata da filipina ICTSI, interessada no leilão. Em documento protocolado no TCU, a empresa classificou a proposta como “tecnicamente frágil” por, segundo ela, legitimar riscos de concentração que a Antaq pretende mitigar. O grupo menciona que, caso BTP — controlada por MSC e Maersk — conquiste o terminal, a participação conjunta das duas armadoras poderia saltar de 40% para 58% no porto.

Grandes operadores locais, como Santos Brasil (ligada à CMA CGM), BTP e a própria Maersk Brasil, questionam a restrição estabelecida pela Antaq. A Maersk ingressou com ação na Justiça Federal para suspender a regra, mas teve liminar negada; o juiz entendeu que o tema concorrencial foi debatido em audiências públicas entre 2022 e 2025.

Especialistas ouvidos pelo setor veem risco de judicialização prolongada, independentemente de o leilão ocorrer até dezembro. Para o advogado Felipe Kfuri, do L.O. Baptista, manifestações técnicas de todas as partes devem ser avaliadas com “seriedade e imparcialidade” a fim de preservar transparência e maximizar o interesse público.

O impasse coloca em xeque o cronograma do projeto, considerado estratégico para ampliar a capacidade logística do País. Enquanto Antaq e Seae defendem modelos distintos de concorrência, empresas preparam novos recursos, sinalizando que a disputa pode parar nos tribunais antes mesmo do primeiro lance.

Quer acompanhar os próximos capítulos dessa licitação bilionária? Visite nossa editoria de Economia e fique por dentro das atualizações.

Crédito da imagem: NeoFeed

Posts Similares

Deixe uma resposta