Isolamento internacional de Israel se aprofunda após Gaza

Isolamento internacional de Israel se aprofunda após Gaza

Isolamento internacional de Israel se aprofunda após Gaza é a expressão que define o momento vivido por Tel Aviv, à medida que governos, empresas e setores culturais intensificam sanções e boicotes em resposta à ofensiva militar na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada.

A lista de pressões inclui o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o reconhecimento iminente do Estado palestino por países europeus e o debate, em Doha, sobre uma resposta unificada dos Estados do Golfo ao ataque israelense contra líderes do Hamas no Catar.

Isolamento internacional de Israel se aprofunda após Gaza

Na Europa, as medidas tornaram-se concretas. A Bélgica proibiu importações originadas de assentamentos judeus considerados ilegais, revisou contratos públicos com empresas israelenses e declarou os ministros ultradireitistas Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich persona non grata. Já a Espanha converteu em lei um embargo de armas, restringiu a entrada de suspeitos de crimes de guerra e impediu navios ou aviões armados com destino a Israel de usar portos e espaço aéreo espanhóis.

A pressão financeira também avança. O fundo soberano da Noruega, avaliado em US$ 2 trilhões, iniciou a retirada de investimentos de empresas listadas em Israel, excluindo 23 companhias em poucas semanas. Simultaneamente, a União Europeia — maior parceiro comercial israelense — discute sanções a ministros de extrema-direita e a suspensão parcial do acordo de associação, movimento que ganhou respaldo de 314 ex-diplomatas europeus em carta aberta à presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.

No campo cultural e esportivo, sinais de boicote lembram o cerco internacional que precipitou o fim do apartheid na África do Sul. Países como Irlanda, Espanha, Países Baixos e Eslovênia ameaçam boicotar o Eurovision de 2026 se Israel não for excluído. Em Hollywood, mais de 4 000 artistas, entre eles Emma Stone e Javier Bardem, assinaram petição que pede o boicote a produtoras israelenses. Na Espanha, protestos encerraram prematuramente a Vuelta a España de ciclismo pela presença da equipe Israel-Premier Tech, e enxadristas israelenses retiraram-se de torneio após veto a sua bandeira.

O governo Netanyahu reage com veemência. O chanceler Gideon Saar classificou as medidas espanholas como “política antissemita”, enquanto Netanyahu acusou Madri de “ameaça genocida”. Para analistas como Jeremy Issacharoff, ex-embaixador em Berlim, a imagem do país “nunca esteve tão comprometida”, embora ainda considere reversível o isolamento. Já Ilan Baruch, ex-diplomata na África do Sul pós-apartheid, defende sanções mais duras para que Israel “retorne à família das nações”.

Mesmo assim, especialistas lembram que o apoio incondicional dos Estados Unidos continua sendo um pilar decisivo. O secretário de Estado Marco Rubio reforçou que o “relacionamento com Israel permanecerá forte”, posicionamento que reduz a probabilidade de um embargo coletivo de grandes proporções, segundo o ex-negociador de paz Daniel Levy.

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Imagem: Internet

O cenário, de acordo com análise recente da BBC, indica que Netanyahu “está ficando sem margem”, mas ainda não se chegou ao ponto de ruptura total observado no caso sul-africano.

À medida que o isolamento internacional de Israel avança, a comunidade global observa se novas sanções e boicotes poderão alterar a estratégia militar em Gaza ou provocar mudanças na política interna israelense.

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Crédito da imagem: Reuters

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