Inundações no Paquistão expõem falhas em alerta e verba

Inundações no Paquistão expõem falhas em alerta e verba

Inundações no Paquistão expõem falhas em alerta e verba

Inundações no Paquistão expõem falhas em alerta e verba. O avanço das chuvas de monção desde junho já causou cerca de 800 mortes, devastou aldeias inteiras e intensificou a revolta de moradores que reclamam da ausência de avisos e de equipamentos de resgate.

Alerta tardio e equipamentos presos pela água

Na província de Khyber Pakhtunkhwa, onde se registrou o maior número de vítimas, moradores de Swabi retiraram corpos de crianças com as próprias mãos enquanto escavadeiras permaneciam retidas por estradas alagadas. “Precisamos de máquinas aqui, agora”, protestou o voluntário Arif Khan, ecoando a sensação de abandono descrita por vários sobreviventes.

Geografia e clima agravam a crise

O Paquistão contribui com menos de 1% das emissões globais, mas sofre impactos severos da mudança climática. O derretimento de geleiras cria lagos suscetíveis a rompimentos, e chuvas intensas tendem a aumentar nas próximas décadas, segundo o Departamento Meteorológico do Paquistão (PMD). A vulnerabilidade se estende a regiões rurais, onde o sinal de celular é precário e torna ineficaz o envio de alertas via aplicativos.

Cortes no orçamento e projetos inacabados

Enquanto os danos das enchentes de 2022 custaram US$ 14,9 bilhões, o governo reduziu neste ano o orçamento do Ministério da Mudança Climática para apenas US$ 9,7 milhões, contrastando com os US$ 9 bilhões destinados à Defesa. A ex-ministra do Clima, Sherry Rehman, criticou o corte e questionou: “Se não investimos na própria resiliência, por que outros nos ajudariam?”. Especialistas apontam ainda mais de mil obras públicas paradas que poderiam mitigar desastres.

Desafios na aplicação de leis e no reassentamento

Leis que proíbem construções a menos de 61 metros dos rios vêm sendo ignoradas tanto em áreas rurais quanto em centros urbanos como Karachi, cuja drenagem deficiente contribuiu para novas mortes e prejuízos. Autoridades locais admitem dificuldade em remover ocupações irregulares e buscam legislações mais punitivas para conter novas violações.

A busca por financiamento internacional

Em 2022, o país liderou a criação do Fundo de Perdas e Danos na COP27 e conta com projetos financiados por Banco Mundial, ONU e FMI. Mesmo assim, a implementação de moradias seguras, sirenes em vales glaciais e infraestrutura resiliente avança lentamente, como mostra relatório recente da BBC.

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Imagem: Internet

Sem perspectiva de alívio imediato, o PMD investe em novos radares e estações automáticas, enquanto organizações comunitárias ensinam técnicas de construção resistente e plantio de árvores. Até que essas medidas se consolidem, as inundações no Paquistão continuam deixando um rastro de perdas humanas e materiais.

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Crédito da imagem: BBC

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