Ilhas Chagos: Papa celebra acordo de devolução a Maurício

Ilhas Chagos: Papa celebra acordo de devolução a Maurício

Ilhas Chagos: Papa celebra acordo de devolução a Maurício

Ilhas Chagos: Papa celebra acordo de devolução a Maurício. O pontífice Leo XIV manifestou-se “encantado” com o tratado que transfere a soberania do arquipélago do Reino Unido para Maurício, após décadas de disputa e exílio de milhares de chagossianos.

Vitória simbólica para refugiados

Em encontro no Vaticano com 15 representantes do Grupo de Refugiados de Chagos, o Papa classificou o acordo como “vitória significativa” na luta para reparar “uma grave injustiça”. Falando em francês, ressaltou que todo povo “tem direito a viver em sua terra” e não pode ser forçado ao exílio.

Detalhes do tratado

Assinado em maio, o tratado garante a Maurício a posse das Ilhas Chagos, mas autoriza Reino Unido e Estados Unidos a continuar operando a base conjunta em Diego Garcia por 99 anos. Em contrapartida, Londres pagará em média £101 milhões anuais durante o período e manterá um perímetro de 24 milhas náuticas ao redor da ilha, onde qualquer construção dependerá de aval britânico. Tropas ou civis estrangeiros serão vetados nas demais ilhas, preservando o poder de veto do Reino Unido.

Segurança em debate

Para o governo britânico, a presença militar em Diego Garcia permanece “essencial” à segurança nacional e de aliados. O primeiro-ministro defendeu que, sem o acordo, potências como a China poderiam estabelecer bases nas ilhas externas, ameaçando interesses britânicos. Líderes da oposição e parte da diáspora chagossiana radicada no Reino Unido criticam o pacto, chamando-o de “ato de autossabotagem”.

Reações internacionais

O procurador-geral de Maurício, Gavin Glover, disse à BBC que o país está “eufórico” com o fim de um impasse de 60 anos. A questão será encerrada definitivamente após ratificação pelos Parlamentos de Londres e Port-Louis. Duas mulheres nascidas em Diego Garcia tentaram suspender o acordo na Justiça britânica, mas o pedido foi rejeitado pelo High Court.

Segundo dados históricos, o Reino Unido comprou as ilhas por £3 milhões em 1968, exigindo a cessão para conceder independência a Maurício três anos depois. Na década de 1970, a população local foi removida para abrir espaço à base militar, tema amplamente documentado por organismos como a Organização das Nações Unidas.

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Imagem: Internet

O tratado reacende a esperança de retorno para chagossianos que vivem em Maurício, Seicheles e na cidade inglesa de Crawley, West Sussex. O Papa apelou para que as autoridades mauricianas assegurem condições dignas de repatriação.

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Crédito da imagem: EPA

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