Greve na França reúne 800 mil contra cortes no orçamento
Greve na França mobilizou nesta quinta-feira, 18, centenas de milhares de trabalhadores em todo o país, em reação ao plano de reduzir €44 bilhões em gastos públicos. O Ministério do Interior estimou entre 600 000 e 900 000 participantes e destacou 80 000 policiais para acompanhar os atos.
Logo no início da manhã, linhas de metrô em Paris ficaram fechadas, estradas foram bloqueadas em grandes cidades e estudantes impediram a entrada em escolas e universidades. Cerca de um terço dos professores aderiu à paralisação, enquanto 98% das farmácias mantiveram as portas fechadas.
Greve na França reúne 800 mil contra cortes no orçamento
A convocação partiu das principais centrais sindicais, que exigem mais investimentos em serviços públicos e aumento de tributos sobre os mais ricos, anulando as medidas de austeridade propostas pelo efêmero governo de François Bayrou. O novo premiê, Sébastien Lecornu, aliado do presidente Emmanuel Macron, ainda não descartou os cortes e tenta costurar um acordo no Parlamento, que permanece dividido.
O clima de tensão foi reforçado por 58 prisões registradas até o meio-dia, segundo o então ministro do Interior, Bruno Retailleau, que prometeu “tolerância zero” a eventuais excessos. O líder da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, pediu disciplina aos manifestantes para evitar confrontos que pudessem favorecer a narrativa do governo.
Para Sophie Binet, dirigente da Confederação Geral do Trabalho (CGT), a presença massiva nas ruas é “essencial para barrar políticas que beneficiam somente os mais ricos”. A paralisação ocorre uma semana depois de protestos coordenados pelo movimento Bloquons Tout, que levou cerca de 200 000 pessoas às ruas.

Imagem: Internet
Especialistas alertam que a França enfrenta dívida pública equivalente a quase €50 000 por habitante. Análises do jornal Financial Times indicam que qualquer ajuste exigirá difícil consenso entre os três grandes blocos do Legislativo francês.
Em síntese, a mobilização desta quinta-feira sinaliza o impasse entre austeridade fiscal e pressão popular por mais investimentos sociais. Acompanhe outras atualizações na nossa cobertura de Economia e fique por dentro dos próximos desdobramentos.
Crédito da imagem: EPA