Futuros norte-americanos oscilam antes de relatório ADP e juros longos superam 5%
Os principais índices futuros dos Estados Unidos negociam em direções distintas esta quinta-feira, enquanto os investidores aguardam novos indicadores sobre o mercado de trabalho e monitorizam a trajetória das taxas de juro de longo prazo.
Mercados nos EUA
O relatório de emprego do sector privado a cargo da ADP, previsto para o decorrer do dia, concentra as atenções. Projeções de economistas apontam para a criação de cerca de 65 mil postos de trabalho em agosto, abaixo dos 104 mil verificados em julho. A atualização chega logo depois de a pesquisa JOLTS ter revelado uma redução de 176 mil vagas em aberto no fim de julho, situando o total em 7,181 milhões.
Na sexta-feira será divulgado o payroll oficial. Estimativas indicam um acréscimo de 75 mil empregos fora do setor agrícola no último mês, face aos 3 mil de julho, e um aumento da taxa de desemprego de 4,2 % para 4,3 %. Estes números poderão influenciar a decisão de política monetária da Reserva Federal na reunião agendada para 16 e 17 de setembro.
No mês passado, o presidente do banco central, Jerome Powell, admitiu um eventual corte da taxa diretora, reconhecendo riscos adicionais para o mercado laboral, embora tenha sublinhado que a inflação continua elevada.
Os movimentos nas obrigações sobressaem. O rendimento dos Treasuries a 30 anos ultrapassou 5 % pela primeira vez desde julho, após um tribunal norte-americano considerar ilegais grande parte das tarifas aduaneiras impostas durante a administração de Donald Trump, o que lançou incerteza sobre receitas futuras resultantes desses impostos.
Perto das 07h00 em Lisboa, o Dow Jones Futuro recuava 0,04 %, o S&P 500 Futuro avançava 0,17 % e o Nasdaq Futuro ganhava 0,25 %.
Reação internacional
Na região Ásia-Pacífico, os índices encerraram maioritariamente em alta, impulsionados pela recuperação dos títulos de tecnologia em Wall Street na sessão anterior. O Nikkei, em Tóquio, valorizou 1,53 %. Na China continental, o Shanghai Composite cedeu 1,25 %, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, caiu 1,12 %. Na Índia, o Nifty 50 subiu 0,27 %, e o ASX 200 australiano fechou com ganho de 1,00 %.

Imagem: Internet
Na Europa, as bolsas operam com ligeiras variações positivas, refletindo a cautela em relação ao futuro das tarifas norte-americanas agora contestadas judicialmente. O índice pan-europeu STOXX 600 avançava 0,23 %. Entre os principais mercados, o DAX, em Frankfurt, somava 0,37 %, o FTSE 100, em Londres, 0,04 %, e o FTSE MIB, em Milão, 0,16 %. Em Paris, o CAC 40 recuava 0,41 %.
Matérias-primas e cripto-ativos
Os preços do petróleo prolongam as perdas da véspera, à espera da reunião da OPEP+ marcada para o fim de semana. Fontes próximas do grupo indicam que oito países membros deverão discutir um eventual aumento das metas de produção para outubro, numa estratégia destinada a recuperar quota de mercado. O barril de WTI recuava 0,89 %, para 63,40 dólares, enquanto o Brent desvalorizava 0,83 %, para 67,04 dólares.
Em sentido contrário, o minério de ferro negociado na bolsa de Dalian subiu 1,67 %, atingindo 791,50 iuanes (110,82 dólares), terceira sessão consecutiva de ganhos, apoiado pela perspetiva de reforço da procura na China.
No segmento de cripto-ativos, o Bitcoin descia 1,15 % nas últimas 24 horas, cotando-se em 110 730,52 dólares.