Fome em Gaza: ONU confirma quadro de catástrofe humanitária

Fome em Gaza: ONU confirma quadro de catástrofe humanitária

Fome em Gaza: ONU confirma quadro de catástrofe humanitária

Fome em Gaza: ONU confirma quadro de catástrofe humanitária atinge mais de meio milhão de habitantes, segundo o relatório da Integrated Food Security Phase Classification (IPC), apoiado pelas Nações Unidas, que classificou a situação como “inteiramente provocada pelo homem”. Moradores relataram ao BBC News efeitos da escassez extrema, que já provoca mortes e agrava doenças na Faixa de Gaza.

Fome em Gaza: ONU confirma quadro de catástrofe humanitária

Reem Tawfiq Khader, 41 anos, mãe de cinco crianças, contou que a família vive sem qualquer fonte de proteína há cinco meses. “Meu filho mais novo, de quatro anos, não sabe o gosto de frutas ou verduras”, disse. O cenário descrito por Reem confirma a avaliação do IPC, que alertou para condições de “fome, destituição e morte” em Gaza City e arredores.

A restrição na entrada de ajuda humanitária, negada por Israel, é apontada pela ONU e por mais de 100 organizações de socorro como principal fator para o agravamento da crise. De acordo com o relatório, mais de 500 mil pessoas já se encontram no nível máximo de insegurança alimentar.

Rajaa Talbeh, 47 anos, mãe de seis filhos e portadora de intolerância ao glúten, perdeu 25 kg após abandonar o bairro Zeitoun, em Gaza City. Hoje, vive em uma tenda improvisada à beira-mar e não encontra alimentos adequados à sua condição de saúde. “Enfrentamos bombardeios, deslocamento e agora a fome”, relatou.

A situação das crianças é ainda mais alarmante. Lamia, de cinco anos, pesa apenas 10,5 kg – pouco mais da metade do que tinha antes da guerra. A mãe, Rida Hijeh, informou que a menina apresenta inchaço nas pernas, queda de cabelo e problemas neurológicos, sintomas típicos de desnutrição severa.

Mandy Blackman, enfermeira britânica da entidade UK-Med, afirmou que 70% das gestantes atendidas em clínicas maternas exibem quadro clínico de subnutrição, resultando em bebês menores e mais vulneráveis. Segundo o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas, pelo menos 271 pessoas — 112 delas crianças — morreram de fome e desnutrição desde 7 de outubro de 2023.

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Imagem: Internet

Enquanto isso, lançamentos aéreos de suprimentos, facilitados pelo exército israelense, são considerados por agências de ajuda como medida insuficiente. Organizações humanitárias defendem abertura irrestrita das rotas terrestres para evitar o colapso completo.

No balanço mais recente, mais de 62 mil palestinos foram mortos na ofensiva iniciada após o ataque do Hamas que matou 1.200 israelenses e deixou 251 reféns. “Vivemos dia a dia, sem estoque de comida nem garantia de encontrar leite infantil”, desabafou Aseel, que perdeu 10 kg nos últimos meses.

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Crédito da imagem: Getty Images

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