FIDCs miram R$ 1 trilhão e ganham investidores

FIDCs miram R$ 1 trilhão e ganham investidores

FIDCs miram R$ 1 trilhão e ganham investidores em um prazo de até três anos, impulsionados por expansão de 15% a 40% ao ano, abertura ao varejo e busca das empresas por crédito mais barato.

FIDCs miram R$ 1 trilhão e ganham investidores

Os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) já administram R$ 690 bilhões, o que equivale a 6,9% da indústria de fundos brasileira, segundo a Anbima. A expectativa de oito gestoras consultadas é de que o patrimônio da classe alcance R$ 1 trilhão até 2028, superando o crescimento de qualquer outro segmento.

Delano Macêdo, sócio-diretor da Solis Investimentos, afirma que “no ritmo atual, a barreira do trilhão será ultrapassada em três anos”. A casa, com R$ 26 bilhões, projeta chegar a R$ 50 bilhões em 2028 graças à expansão de 28% neste ano.

Entre as razões para o avanço, executivos apontam a regulação mais clara do setor, a isenção de come-cotas e o acesso do varejo, liberado em outubro de 2023. Eduardo Barbosa, da Multiplica, destaca que a gestora captou R$ 1 bilhão em seis meses e vê espaço para manter crescimento entre 25% e 40% ao ano.

As empresas também aceleram a procura pelo instrumento. Enquanto um banco tradicional cobra cerca de CDI+12% para companhias que faturam até R$ 1 bilhão, um FIDC pode conceder crédito a CDI+5%, observa Gustavo Assis, do Asset Bank. A diferença de custo tem atraído nomes como Mercado Livre, Vivo e Casas Bahia, que acessam o mercado por meio da Polígono, gestora que soma R$ 10,5 bilhões.

Novas estratégias reforçam o apelo. A Ouro Preto aumenta exposição em consignado privado e financiamento de veículos; a SRM Asset coloca venture debt em carteira; e a Flowinvest financia grandes eventos culturais. Para Volnei Eyng, da Multiplike, “o FIDC tende a ocupar espaço do crédito bancário e de outras estruturas de mercado de capitais”.

A taxa de retorno também chama atenção do investidor. Cotistas seniores recebem de CDI+2% em operações de menor risco a CDI+8% em estruturas complexas, patamar superior ao de boa parte dos fundos de renda fixa tradicionais.

No curto prazo, a combinação de demanda reprimida por crédito, diversificação de lastros — que agora incluem energia, saúde e infraestrutura — e maior participação de institucionais sinaliza que o FIDC deixará de ser um produto de nicho para se tornar peça central no mercado de capitais.

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Crédito da imagem: NeoFeed

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