Fiagros ampliam acesso do pequeno investidor ao agro

Fiagros ampliam acesso do pequeno investidor ao agro

Fiagros ampliam acesso do pequeno investidor ao agro

Fiagros ampliam acesso do pequeno investidor ao agro depois que a Resolução 214 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) flexibilizou a composição das carteiras, permitindo desde Cédulas do Produtor Rural (CPR) até créditos de carbono do agronegócio.

Fiagros ampliam acesso do pequeno investidor ao agro

Historicamente, o crédito rural no Brasil era concentrado em bancos públicos, mas instrumentos de mercado de capitais, como CRAs, FIDICs e, mais recentemente, os Fiagros, vêm mudando esse cenário. Segundo Paulo Prado, gestor da Riza Capital, o grande produtor ainda chega primeiro a esse mercado, enquanto o pequeno permanece dependente do Plano Safra. A nova regulamentação, no entanto, abre espaço para maior pulverização de recursos.

A Resolução 214 criou o chamado Fiagro multimercado, ampliando o leque de ativos elegíveis. Agora, além de imóveis rurais, os fundos podem explorar CPR física e financeira, títulos de descarbonização e arrendamentos de terra, diversificando riscos e fontes de retorno. A CVM detalha essas mudanças em seu portal institucional, disponível em gov.br/cvm.

Mesmo com o aumento de recuperações judiciais no campo em 2024, gestores lembram que o total de casos é pequeno diante dos mais de 3 milhões de produtores rurais. “Faz barulho, mas não abala a solidez do agro”, afirma Paulo Fleury, da eB Capital. Ele destaca que a introdução de cotas sênior e subordinada mitiga volatilidade: o investidor sênior recebe fluxo pactuado — normalmente CDI mais spread — enquanto oscilações de preço concentram-se na cota subordinada.

Para ilustrar a escala que os fundos possibilitam, Prado cita o preço de um hectare em Sorriso (MT), entre R$ 100 mil e R$ 120 mil. “Um investidor pessoa física precisaria desembolsar acima de R$ 120 milhões para ter escala mínima de mil hectares. O Fiagro reúne cotistas e viabiliza essa alocação”, explica.

Outra frente de atuação dos fundos envolve a recuperação de áreas degradadas. Um hectare de pasto pode valer R$ 25 mil; após investimentos de até R$ 10 mil em correção de solo e infraestrutura, o preço salta para cerca de R$ 70 mil, oferecendo retorno anual estimado entre 25% e 30%, segundo cálculos da Riza Capital.

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Imagem: Internet

No entendimento de Fleury, a previsibilidade gerada pelas novas estruturas deve atrair o investidor de renda fixa que busca diversificação. Ele alerta, contudo, para a importância de garantias robustas e governança: “Garantia é como seguro; você espera não usar, mas precisa estar disponível e executável”.

Com a regulação atualizada e o avanço de produtos mais sofisticados, os Fiagros consolidam-se como porta de entrada para um setor que responde por quase um terço do PIB brasileiro.

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Crédito da imagem: XP Agro Insights

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