Ferrogrão avança com novo estudo e busca investidores
Ferrogrão avança com novo estudo e busca investidores após a conclusão da quinta versão do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA). Finalizado em agosto de 2024, o documento aponta capacidade de 70 milhões de toneladas anuais, redução de 20% no frete do Mato Grosso e potencial de evitar 3,4 milhões de toneladas de CO₂.
Idealizado em 2012 para ligar Lucas do Rio Verde (MT) a Miritituba (PA) e reforçar o Arco Norte como alternativa aos portos do Sudeste, o projeto ferroviário percorre agora a etapa regulatória na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) antes de chegar ao Tribunal de Contas da União em 2025.
Ferrogrão avança com novo estudo e busca investidores
A atualização do EVTEA atende exigências do Supremo Tribunal Federal, que paralisou o processo em 2021 ao analisar a ADI 6553 sobre limites do Parque Nacional do Jamanxim. Autorizada a retomar estudos em 2023, a União incluiu análises de impacto cumulativo, alinhamento ao PPCDAm e R$ 800 milhões em medidas socioambientais, com participação de organizações como Rede Xingu+ e Instituto Socioambiental.
No plano financeiro, a Ferrogrão exigirá o maior volume anual de capital já demandado por uma obra de transporte no país. Sem aporte direto do Tesouro, a modelagem prevê captação privada sustentada por contratos de longo prazo com o agronegócio, como take-or-pay, que garantem receita mesmo sem o embarque efetivo da carga.
Segundo o Ministério dos Transportes, o market sounding conduzido em 2025 indicou que traders de grãos e cooperativas precisarão firmar compromissos para reduzir riscos e atrair bancos e fundos. Esse arranjo, inspirado no conceito de Equilíbrio de Nash, busca alinhar interesses de embarcadores, investidores e governo.
Se o cronograma for mantido, o edital de concessão deve ser publicado em 2026, e as obras, iniciadas em seguida, levarão cerca de oito anos. A expectativa oficial é gerar Valor Social Presente Líquido superior a R$ 60 bilhões, tornando a ferrovia um marco de integração entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade.

Imagem: Internet
O debate sobre licenciamento segue intenso. Entidades ambientais defendem salvaguardas adicionais, enquanto o setor logístico destaca ganhos de eficiência. Informações sobre o processo podem ser consultadas no portal da ANTT, responsável pela análise técnica.
Ao avançar, a Ferrogrão promete redefinir o escoamento de grãos da região Centro-Oeste e testar a capacidade do país de conciliar infraestrutura, preservação e participação social.
Para acompanhar esta e outras movimentações do setor, visite nossa editoria de Economia e Negócios e fique por dentro das próximas etapas da concessão.
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