Baixos níveis de vitamina D podem comprometer desempenho sexual, indicam estudos
Pesquisas recentes sugerem que a deficiência de vitamina D pode estar associada a uma série de problemas que afetam a vida sexual de homens e mulheres. Embora fatores como cansaço, desequilíbrios hormonais e ritmo de vida acelerado sejam apontados com frequência, evidências científicas vêm destacando o papel dessa vitamina na função reprodutiva e no bem-estar urológico.
Redução da atividade sexual é tendência observada desde 2021
Um levantamento divulgado em 2021 indicou queda na frequência das relações sexuais entre norte-americanos de diferentes faixas etárias, cenário que se mostra mais acentuado entre os mais jovens. Pesquisadores atribuem a mudança a múltiplas razões, entre as quais baixa libido e disfunção sexual, e passaram a investigar possíveis fatores fisiológicos subjacentes, entre eles a carência de vitamina D.
Efeitos da vitamina D na saúde sexual masculina
Conhecida como “vitamina do sol” por ser sintetizada pela pele em contato com a luz solar, a vitamina D tem ligação direta com a função sexual masculina. Estudo divulgado no The World Journal of Men’s Health relata aumento da mobilidade dos espermatozoides, melhora da fertilidade e maior atividade testicular em indivíduos com níveis adequados do nutriente. A investigação atribui os benefícios à contribuição da vitamina para a produção de hormônios sexuais.
Outra pesquisa, publicada em 2018 no International Journal of Endocrinology, avaliou 114 homens e constatou que concentrações mais altas de vitamina D estavam associadas a valores superiores de testosterona e a melhor desempenho erétil. Além disso, dados do Cleveland Heart Lab apontam que o composto favorece o fluxo sanguíneo aos órgãos genitais ao melhorar a condição do endotélio dos vasos, reduzindo inflamações que podem prejudicar a função erétil.
Impacto entre as mulheres
Entre as mulheres, níveis insuficientes da vitamina também se relacionam a sintomas de disfunção sexual, entre eles dor durante a relação, dificuldade de excitação e falta de desejo. O nutriente é utilizado pelos ovários em processos que sustentam a função reprodutiva. Pesquisadores observam, entretanto, que ainda não há consenso sobre mudanças hormonais diretas provocadas pela vitamina, o que mantém o tema em investigação.
Consequências urológicas ligadas à deficiência
A urologia, área que engloba rins, bexiga, trato urinário e órgãos sexuais, também registra associações entre baixos níveis de vitamina D e diferentes condições. Estudos enumeram maior incidência de bexiga hiperativa, aumento da próstata e infecções do trato urinário (ITUs) em homens com carência do nutriente. Uma meta-análise publicada em 2019 no Annals of Clinical and Laboratory Science apontou relação semelhante em crianças e adultos, sugerindo que a vitamina pode exercer influência sobre a defesa contra agentes infecciosos.
Especialistas explicam que o nutriente participa da regulação da absorção e da utilização de cálcio. Alterações nessa dinâmica podem interferir na quantidade de cálcio eliminada pela urina, fator que impacta diretamente a saúde do trato urinário. Dessa forma, manter níveis adequados contribui para reduzir riscos de inflamações e complicações nesse sistema.

Imagem: noticiasaominuto.com.br
Fontes de vitamina D e recomendações de consumo
Para atingir valores considerados seguros, autoridades de saúde recomendam combinar exposição ao sol, alimentação balanceada e suplementação quando necessário. Ficar ao ar livre com parte da pele descoberta, preferencialmente durante horários de menor risco de radiação nociva, estimula a produção natural da vitamina. Entre os alimentos que concentram o nutriente destacam-se peixes gordurosos, gemas de ovo e produtos fortificados como leites e cereais.
Os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) indicam ingestão diária de 600 unidades internacionais (UI) para adultos de até 70 anos e de 800 UI para aqueles com idade superior. Em situações de deficiência comprovada, profissionais de saúde podem orientar doses suplementares ajustadas ao quadro clínico e ao histórico de cada indivíduo.
Monitoramento e prevenção
Testes laboratoriais simples medem a concentração de vitamina D no sangue e auxiliam no acompanhamento de possíveis deficiências. A avaliação regular permite intervenções precoces que podem beneficiar a saúde sexual, a função urológica e outros sistemas do organismo. Assim, garantir a reposição adequada do nutriente figura como estratégia acessível para minimizar fatores que contribuem para a diminuição da atividade sexual observada em diferentes faixas etárias.
Embora a vitamina D não seja o único elemento que influencia a vida sexual, a literatura científica reforça seu papel como componente relevante na manutenção da fertilidade, do desejo e do desempenho. A adequação dos níveis, portanto, surge como medida complementar que pode contribuir para a melhora do bem-estar e da qualidade das relações.







